Cerca de 50 profissionais - entre médicos e enfermeiros - que atuam na rede de emergência do município participaram nesta quinta-feira (27/3) do curso de capacitação em atendimento de urgência para pacientes com doença falciforme, promovida pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde. O curso é um desdobramento do primeiro encontro sobre a doença, realizado no ano passado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim).
“No ano passado após o encontro promovido pelo Comdim e pela Prefeitura percebemos que precisávamos dar mais atenção à doença falciforme”, destacou o secretário de Saúde, André Pombo. O evento foi realizado no Centro de Cultura Raul de Leoni, na Praça Visconde de Mauá. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), de 2% a 6% da população tem a doença. No mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são identificados 400 mil novos casos.
O coordenador do Programa de Atenção Integral à Pessoa com Doença Falciforme da Secretaria de Estado de Saúde, Paulo Ivo Cortez de Araújo foi quem realizou a capacitação. Ele falou sobre a importância do acolhimento no setor de urgência e com o atendimento humanizado. “A forma como este paciente será atendido e acolhido pelo profissional é muito importante. É preciso sempre tratar o paciente de forma humanizada. Percebemos que na rede de emergência às vezes isso não acontece, mas é fundamental manter essa humanização”, ressaltou o coordenador, acrescentando que a capacitação dos profissionais faz parte da estratégia para o diagnóstico precoce. “Identificando a doença precocemente conseguimos diminuir a mortalidade e aumentar a sobrevida dos pacientes”.
Paulo Ivo explicou que, além da capacitação profissional, para ter um diagnóstico precoce é preciso também um atendimento multiprofissional, descentralizado e humanizado; a promoção do autocuidado, as medidas profiláticas, a educação permanente e a inserção da doença nos programas. O coordenador também ressalta a importância da triagem neonatal (teste do pezinho para detecção da doença) e o tratamento rápido.
Petrópolis está construindo sua rede de cuidados para o atendimento a esses pacientes. Atualmente, as crianças com até 12 anos que não estejam em estado grave, recebem acompanhamento de uma pediatra, capacitada em Doença Falciforme, no Instituto da Criança, da Mulher e do Adolescente (antigo Centro de Saúde) e uma vez ao ano vão ao Hemorio, localizado na cidade do Rio de Janeiro para realização de exames. Já os casos mais graves, classificados como de alta complexidade, recebem todo o atendimento no Hemorio.