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Quinta, 23 Novembro 2017 20:06

Cram abre oficialmente campanha contra violência à mulher na Casa dos Conselhos

Evento desta quinta-feira faz parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contras as Mulheres

Foi aberta nesta quinta-feira (23.11) a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contras as Mulheres, em evento realizado pelo Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram) na Casa dos Conselhos. A abertura contou com a presença de cerca de 50 pessoas e com palestras ministradas pela equipe do órgão e pela advogada da OAB-RJ, Patrícia Sanches, que falou sobre como as leis de defesa à mulher (como a Maria da Penha) se aplicam às transsexuais.

Criada em 1991 pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, a campanha tem como objetivo promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres. Mundialmente, a campanha tem início no dia 25.11, dia internacional de Não Violência Contra as Mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, data em que se comemora o dia internacional dos Direitos Humanos. Cento e cinquenta países já abraçaram a causa, que chegou ao Brasil em 2003. No país, o início da campanha foi antecipado para o dia 20.11, dia nacional da Consciência Negra, como reconhecimento da opressão sofrida pelas mulheres negras, principais vítimas da violência de gênero no Brasil.

O evento de abertura contou com a presença de autoridades locais e da equipe do Cram, que explicou aos presentes o que é o órgão, como ele funciona e as medidas que  a mulher em situação de violência deve tomar. Iniciando a palestra, a coordenadora do órgão, Cléo de Marco, falou sobre o funcionamento do órgão, que atendeu aproximadamente 350 mulheres neste ano.

O Cram tem o compromisso de amparar a mulher que sofre violência, seja ela moral, física, verbal, patrimonial ou sexual. É de extrema importância apresentar nosso órgão e mostrar que estamos de portas abertas para receber as petropolitanas para que cada vez mais pessoas conheçam o nosso trabalho”, declara a coordenadora do Cram, Cléo de Marco.

Auxílio às vítimas é prioridade do CRAM

A assistente social do órgão, Olívia David, seguiu a programação falando sobre o atendimento e acompanhamento às vítimas, e sobre a importância da parceria entre Cram, Crea (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e Cras (Centro de Referência em Assistência Social), que se unem para garantir que os casos sejam resolvidos da melhor forma. Depois de Olívia, falou a advogada do Cram, Ana Luiza Franco, tratando sobre as leis de defesa à mulher, como a Maria da Penha; sobre a importância do Registro de Ocorrência na resolução dos casos e quais as medidas preventivas tomadas após uma denúncia de agressão. Palestrou também a psicóloga Liane Diehl, que trabalha com a parte terapêutica do órgão municipal.

Nossa intenção com estas palestras é deixar claro como o Cram funciona, e como cada mulher pode receber ajuda. Buscamos o que está nas entrelinhas de cada caso, o que causou a agressão e o que pode ser feito para tirar a vítima de qualquer risco. Além disso, precisamos saber qual a situação da mulher: se possui emprego, filhos, família, se tem algum lugar para ir, entre outras questões. A partir disso, podemos solucionar o caso da melhor forma possível, sem oferecer riscos às vítimas”, destacou Liane Diehl, psicóloga do Cram.

Fechando a programação do dia, a advogada da OAB-RJ Patrícia Sanches ministrou palestra e tirou dúvidas sobre os direitos dos transgêneros no Brasil. “O foco desta palestra é desmistificar o assunto, que ainda é muito pouco falado e sofre muito preconceito. Quando as pessoas passam a conhecer, se quebra o paradigma. Meu objetivo aqui é criar as ferramentas para que novos conceitos sejam criados”, relatou Patrícia.

Os temas abordados foram aprovados pelo público, que teve espaço para tirar dúvidas e testemunhar sobre casos de violência sofridos. A comerciante Patrícia Franco estava presente e aprovou a iniciativa. “Nunca é demais falar sobre a violência à mulher, então é muito importante esta campanha. Espero que ajude a conscientizar as pessoas. Não conhecia o Cram e estou encantada com o lindo trabalho realizado pelo órgão. Estão todos de parabéns”, disse Patrícia.

A campanha continua até o dia 08 de dezembro, quando será realizada palestra no Colégio Santa Catarina, no Centro. As ações vão passar também pela Posse, com o ônibus Lilás, que leva os serviços do Cram à locais afastados. Ainda na programação, serão realizadas na sede da Comdep e do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH). Antes da abertura, foi realizada uma palestra na sede da CPTrans, onde mais de 20 funcionárias foram instruídas sobre os assuntos abordados pela campanha. Segundo dados do Dossiê da Mulher, do Instituto de Segurança Pública (ISP), no ano passado foram registrados 2.247 casos de violência à mulher na cidade, sendo 37% com relatos de agressão física.

A sede do Cram fica na Rua Santos Dumont, número 100, no Centro. O funcionamento é de segunda a sexta, de 8h às 17h. Para denunciar ou solicitar informações basta ligar para o telefone 2243-6152.