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Terça, 28 Agosto 2018 19:30

Reunião de trabalho discute mudanças no perfil da população em situação de rua

Encontro na prefeitura teve participação de 25 pessoas

O aumento no número de pessoas em situação de rua no município e as mudanças no perfil desta população foram discutidas, nesta quarta-feira (28.08), na sede da prefeitura. A reunião de trabalho, promovida pela prefeitura e o juiz Jorge Martins, titular da 4ª Vara Cível de Petrópolis, concentrou 25 pessoas e serviu para buscar alternativas na forma de abordagem destes moradores. Casos de violência foram o principal ponto de debate da reunião.

“Temos que trabalhar em identificar o que está acontecendo em nossa cidade. O assunto é sensível e de alta magnitude. Este encontro serve para ouvirmos alternativas. Não estamos tratando dos moradores em situação de rua, no geral, mas, sim, de identificar indivíduos que se aproveitam da condição para praticar atos que não podem ser tolerados”, disse o juiz Jorge Martins.

O objetivo é reunir os esforços dos órgãos para permitir maior segurança em locais públicos, buscando identificar possíveis infiltrados nos grupos de moradores em situação de rua. O encontro teve a participação de 25 pessoas, entre representantes do governo, das polícias civil e militar, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) e da Câmara de Vereadores.

Só no ano passado a prefeitura conseguiu retornar 18 pessoas para o convívio familiar. Importante reunir todas estas autoridades, já que a questão do morador de rua não é um problema só do governo ou da Polícia. Este é um problema de todos, e é preciso discutir, entre todos os envolvidos, formas para atender quem realmente precisa.

A secretária de Assistência Social conta que as equipes de abordagem, que trabalham durante o dia e a noite, já perceberam esta mudança de perfil, o que gera insegurança para os próprios profissionais. Ameaças aos técnicos da Assistência já foram registradas nestes dois últimos meses.

“Nossas equipes lidam com esta população há muitos anos, então sabemos, entre aqueles moradores em situação de rua, a diferença dos que estão já há algum tempo nesta situação para os que começaram a aparecer agora, principalmente de dois meses para cá. Neste tempo, começamos a ter relatos de ameaças aos próprios profissionais da Assistência, gerando medo, insegurança e transtornos para os nossos equipamentos”, relatou Denise.

Petrópolis tem, segundo a Secretaria de Assistência Social, cerca de 130 moradores em situação de rua, um crescimento de 30% em comparação com o início do ano. O Núcleo de Integração Social (NIS), que pode acolher até 70 pessoas, atende, em média, 65 pessoas por pernoite.

No NIS, é servido café da manhã, almoço, lanche e jantar, além de serem disponibilizados banho e roupas de cama para o pernoite. A unidade oferece, ainda, corte de cabelo, manicure, sessão de filmes e festa para os aniversariantes do mês. Os profissionais do local trabalham visando a autonomia dos acolhidos. Mas, nem todos os moradores abordados aceitam o acolhimento.

“Temos, ainda, as reuniões religiosas e apresentação semanal de capoeira, buscando dar um bem-estar para estas pessoas. Mas tudo com regras, e muitas vezes elas não aceitam. O usuário não pode entrar portando bebidas alcoólicas ou outras drogas, por exemplo. Temos alojamentos para cada sexo. Para o bom andamento dos nossos trabalhos, temos a parceria da Defesa Civil, com a Operação Inverno, permitindo mais 18 leitos em barracas”, completou Denise, citando, também, o apoio da Guarda Civil e da Polícia Militar durante as abordagens.

O juiz Jorge Martins se colocou à disposição do CDDH para ouvir as demandas e avaliar medidas que podem ser adotadas em parceria com o órgão.

Participaram da reunião secretários de governo, o comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, coronel Oderlei de Souza; o representante do 7º Comando de Policiamento de Área, Major Holanda, a Defensora Pública, Marília Pimenta; a conselheira da OAB, Roberta D’angelo, além de vereadores.