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Sexta, 23 Novembro 2018 12:20

Famílias começam a conhecer apartamentos do conjunto habitacional da Posse

Futuros moradores estão tendo o primeiro contato e vistoriando as unidades que serão entregues em dezembro 

As irmãs Maria Helena da Silva e Maria Elza da Silva moravam na Rua Nossa Senhora de Fátima (Morro do Querosene), na Posse, quando uma chuva em 2007 obrigou que elas saíssem da casa própria onde cada uma morava. Juraci Maria Ribeiro vivia no Bambuzal, que fica às margens da BR-040, mas também teve que sair com a chuva de 2011. Desde então, elas passaram a depender de aluguel social e passaram por diferentes casas sem ter a tranquilidade que um imóvel próprio proporciona. Agora, essa realidade vai mudar, porque as três fazem parte do grupo de 120 famílias que vão receber as casas entre dezembro e janeiro. Dessas, 72 poderão se mudar já no mês que vem – é o caso das três. Por isso, elas já puderam conhecer as casas que vão chamar de suas. E não poderiam estar mais felizes.

Maria Helena, aposentada por causa de um problema na perna que atrapalha a mobilidade, continuou morando na Posse, mas teve que passar por outras duas casas porque um dos proprietários pediu a saída do imóvel. Neste segundo, foi necessário morar com a irmã, Maria Elza, por falta de opção de moradias para as duas.

“Quando nós perdemos a nossa casa, não foi nada bom. Foi muito difícil para acostumar sair do nosso cantinho, onde a gente morava e era da gente. Foi muito difícil”, diz.

Maria Elza também morou sempre na Posse – na Rua da Confusão, próximo do PSF do distrito e voltou para o Morro do Querosene – nesses 11 anos em que depende da ajuda do aluguel social.

“Em 2007, minha casa caiu no Morro do Querosene e fomos morar na Rua da Confusão por sete anos. Depois, fomos morar na Estrada União e Indústria junto com a minha irmã. E há três anos, voltei para o Morro do Querosene”, afirma. 

Dificuldades de quem perdeu a casa

Juraci foi quem mais teve dificuldades. Quando precisou sair de casa, há sete anos, tinha sete crianças para abrigar. Hoje, eles cresceram e já não moram mais com ela, antes disso, ela teve que ir para o Bela Vista e para Itaipava para ter onde morar, mas nunca com a certeza de quanto tempo ficaria nesses locais.

“Foi muito triste para mim aquela época. Meus filhos eram todos pequenos para eu criar e as vezes não tinha lugar certo para ficar. Morava de favor na casa dos outros e não dava certo, aí tinha que sair. Só depois algum tempo que eu consegui ter o aluguel social e estou vivendo assim”, conta.

Agora, todas as três vão morar no conjunto habitacional da Posse. Para Maria Helena, a unidade significa a oportunidade de mostrar para o filho de 24 anos a casa que vão chamar de “sua” depois tanto tempo.

“Dou glória a Deus. Que felicidade que eu estou. Vou ter meu cantinho, minha casa. Vou ter a certeza de que é meu. Estou muito feliz. É maravilhoso poder dizer para ele que temos a nossa casa e podemos fazer o que quisermos”, fala.

“Estou feliz da vida porque pude conhecer o meu apartamento, onde eu vou morar. Está tudo maravilhoso, muito bom. Estou muito contente de estar na minha casa novamente. É maravilhoso poder dizer de novo “minha casa””, declara Maria Elza.

Juraci classifica como um presente de Deus e torce para que um dos filhos que ajudou ela a procurar a assistência e entrar na lista de espera pela casa também possa conseguir uma moradia.

“Meu filho que me ajudou a conseguir essa casa, porque eu não sei ler. Quando tiver com a minha chave na mão, vou abraçar e dizer para o meu filho que a vitória é nossa e agradecer a Deus”, diz ela. 

120 famílias vão se mudar para o conjunto habitacional da Posse

As três fazem parte do grupo de 72 famílias que vão receber as chaves no dia oito de dezembro e vão ocupar as unidades construídas pelo governo do Estado – cada uma no seu apartamento e em blocos diferentes. Depois, em janeiro, será a vez de mais 48 famílias receberem as suas casas. Na quinta-feira (22.11), um sorteio definiu em qual bloco, andar e apartamento cada uma das 120 famílias beneficiadas vão morar. Depois disso, aquelas que vão poder se mudar já no mês que vem puderam vistoriar as casas para verificar como ficou e se tudo estava funcionando. 

“Os apartamentos têm cerca de 40 m², com dois quartos, sala, banheiro e cozinha/área de serviço. Na visita aos apartamentos, Maria Helena, Maria Elza e Juraci contaram o que mais gostaram mais de como ficou dois desses cômodos: a cozinha e o banheiro.

“O apartamento é bom, gostei do banheiro e da cozinha. Eu esperava uma cozinha menor, mas é melhor do que pensei. Estou adorando tudo. Dá para a gente viver muito bem aqui. O nosso apartamento é tudo para nós”, afirmou.

“É maravilhoso. O banheiro é bonito, a cozinha também. Vou dizer uma coisa: não vi nada de errado na casa, eu gostei de tudo. Na época em que eu vivia sem nada, encostava em qualquer lugar e dormia no chão. Agora tenho o meu apartamento”, falou Juraci.

“Achei ótimo, gostei mais da cozinha, porque não é tão pequeninha como a da atual casa da minha irmã. Achei que era menor, mas é muito boa. Achei a casa boa demais porque vou poder colocar minhas coisas nas paredes, coisa que a gente não pode fazer numa dos outros. Vou poder colocar as coisas do meu jeito, do jeito que eu gosto”, contou.

Essas casas vão beneficiar pessoas que estão esperando ainda mais tempo que elas, desde 2004. Os apartamentos do Estado já estão prontos e dos da prefeitura tem dois blocos concluídos e mais dois em 75%. Outros dois blocos foram entregues ainda em 2016, com vazamentos e infiltrações e também passam por reformas para que todos possam ter totais condições de morar com dignidade no conjunto habitacional da Posse.