Profissionais da rede de atenção básica e especializada atuam para intensificar o cuidado de pacientes com transtorno mental
Os profissionais da rede pública de saúde participaram essa semana de debate sobre a identificação de pacientes com quadro depressivo. A iniciativa faz parte das ações de sensibilização ao Setembro Amarelo, que visa o cuidado e prevenção ao suicídio. No próximo dia 24 será realizado ainda o 1º Seminário de Prevenção ao Suicídio, organizado pela Coordenaria de Políticas sobre Drogas, no auditório da Casa de Educação Visconde de Mauá – Avenida Barão do Rio Branco, 3 - Centro – das 9h às 12h. O evento será aberto a todo o público que queira entender mais sobre as motivações que levam as pessoas a cometerem suicídio.
No município essa é uma realidade que segue os índices nacionais, que indicam um aumento de ocorrência de 60% da década de 1980 até esse ano. Entre os registros tem sido identificado, nos últimos anos, uma crescente incidência envolvendo jovens. Cerca de 20% dos casos da estatística nacional são entre adolescentes.
Além de psicólogos, o debate realizado no Centro de Saúde envolveu enfermeiros, fonoaudiólogos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e professores de educação física que atuam na rede.
A Secretaria de Saúde atua para que os profissionais de todas as áreas médicas da rede pública estejam preparados para identificar pacientes que apresentem transtornos mentais e tendências ao suicídio. O preparo dos profissionais vai possibilitar avanços nas notificações dos casos. Um dos grandes obstáculos é a dificuldade em diagnosticar os pacientes. A ideia é de que em qualquer atendimento oferecido pela rede, o paciente possa ser acolhido e encaminhado para a rede especializada, garantindo o tratamento adequado e a consequente prevenção do ato suicida.
“Vamos trabalhar na implementação da notificação dos atendimentos em que as pessoas apresentam transtornos e chegam até a citar o interesse pelo suicídio. Essas pessoas precisam ter um olhar diferenciado desde o momento em que se identifica essa tendência”, destaca o diretor do Departamento da Saúde Mental, Oswaldo Alberto Filho, citando o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) que aponta que o número de pessoas que vive com depressão aumentou 18% desde 2005. No Brasil, a depressão atinge 5,8% da população.
Para dar suporte ao atendimento a pacientes com algum tipo de transtorno mental, o município conta com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) que oferece o serviço de urgência/emergência psiquiátrica durante 24 horas em regime de plantão no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE). A unidade dispõe de 10 leitos para internação (Leitos 72 horas), para casos em que é necessário um maior tempo de estabilização em pacientes que apresentem quadros psiquiátricos, inclusive depressivos graves com ideação suicida.
A rede de saúde pública também possui outras unidades de atendimento especializado, que são os centros de Atenção Psicossocial que atuam em diferentes linhas. Os CAPS dão o suporte aos pacientes de diferentes diagnósticos, tendo o voltado para os usuários de álcool e outras drogas (CAPS AD III), o Infantojuvenil (CAPS I) e outros dois no Centro e em Itaipava. As unidades contam com médicos, psicólogos, assistentes sociais e equipe de enfermagem, capacitados para atenderam pacientes com transtorno depressivo recorrente, grau leve, moderado e grave com e sem sintomas psicóticos, quadros de ansiedade, dentre outros transtornos mentais.