O prefeito Rubens Bomtempo e a presidente da Fundação de Cultura e Turismo Thaís Ferreira recepcionaram na manhã desta sexta-feira (9/5) seis aviadores franceses que realizam o Raide Latécoère com a abertura da exposição “Memórias da Aéropostale” no Espaço Cultural Peter Brian Medawar, no Parque Municipal de Petrópolis, em Itaipava. O encontro celebra a memória dos grandes pioneiros da aviação mundial e lança no Brasil o projeto de tombamento da rota da antiga Aéropostale - companhia francesa de correio aéreo do início do século XX – pela Unesco.

“Podemos com esse encontro jogar luz nessa história tão bonita da Aéropostale que promoveu a integração entre os polos e colaborou para o desenvolvimento socioeconômico. Estamos abertos a este intercâmbio cultural para que possa servir como âncora para outros projetos”, declarou
o prefeito Rubens Bomtempo ao receber das mãos do presidente do Raid, Hervé Berardi, uma maquete do avião Laté-28, o primeiro avião a fazer a travessia do Atlântico Sul como correio aéreo. A réplica ficará exposta no Museu Casa de Santos Dumont.

Aberta ao público até o dia 1º de junho, diariamente das 9h às 18h, a exposição permite descobrir e revisitar a história de um dos mais belos capítulos da aviação mundial. A mostra é uma realização da Associação Memória da Aéropostale no Brasil (AMAB) e do Raide Latécoère, com apoio da Prefeitura de Petrópolis, por meio da Fundação de Cultura e Turismo.

A presidente da Associação da Aéropostale no Brasil, Mônica Corrêa, destacou a ligação de Petrópolis com a história da aviação: “A cidade tem esta importante memória e não poderia ficar de fora desta rota. Precisamos unir França e Brasil não só para a garantia deste tombamento como também para buscarmos a criação de mais um roteiro turístico”.

Na parte da tarde os aviadores visitaram a propriedade do antigo piloto Marcel Reine, em Itaipava. A casa, que também recebeu a visita do autor do Best-seller mundial O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint Exupéry, mantém até hoje a memória da época pelo atual proprietário, José Augusto Wanderley. Nos arredores da casa também há uma praça e uma fonte que homenageiam Exupéry e que foram recuperadas pela Prefeitura.

A mostra aberta ao público no Parque é composta de fotos, textos e documentos dispostos em banners, através dos quais o visitante terá a oportunidade de conhecer detalhes dessa história que une a França e o Brasil e está na gênese da história da própria Air France, companhia que se formou pela fusão de cinco outras empresas, entre as quais, a Aéropostale. Em dois aviões, o Raide Latécoère faz um programa em cinco cidades brasileiras: Pelotas, Florianópolis, Santos, Rio de Janeiro e Natal – nas quais visita os eventuais vestígios da antiga companhia e faz seu inventário para o dossiê de tombamento, além de abrir exposições temáticas que reavivam a história dessa epopéia aérea.

Segundo os registros da Associação pela Memória da Aéropostale no Brasil – Amab-, a companhia aérea atuou com enorme êxito, inclusive no Brasil, em 11 cidades onde fazia escalas: Natal, Recife, Maceió, Caravelas, Vitória, Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis, Porto Alegre e Pelotas, além da base de hidroaviões em Fernando de Noronha. No Rio de Janeiro ainda se encontram vestígios do antigo campo de pouso, onde está a base do Campo dos Afonsos.

A companhia Aéropostale foi criada por Pierre-Georges Latécoère em 1918, na cidade francesa de Toulouse. O grande feito foi conseguir que seus heróicos pilotos atravessassem as montanhas da França, o deserto do Saara e posteriormente as florestas e intempéries da América do Sul – além da travessia do Oceano Atlântico em 1930, a fim de fazer chegar a correspondência a seus destinos.