Os últimos dias foram de festa em Petrópolis. De quinta-feira a domingo (6 a 9/8) a cidade celebrou a cultura japonesa com a realização de mais uma edição do Bunka-Sai – Festival da Cultura do Japão, promovido pela Prefeitura, por meio da Fundação de Cultura e Turismo, em parceria com a Associação Nikkei de Petrópolis e com o apoio do Consulado Geral do Japão. O evento, realizado no Palácio de Cristal, teve muita comida típica, música, artesanato, dança, artes marciais e oficinas, numa programação gratuita que encantou petropolitanos e turistas.
Os apreciadores da culinária japonesa puderam degustar as delícias orientais nas barracas em estilo japonês. No cardápio, muito yakissoba, harumaki, temaki e combinados para agradar o paladar dos visitantes, além de doces e o tradicional saquê. Para Nea Bernardo, do Kinpai Sushi Bar, o movimento foi melhor que o registrado ano passado. “O público correspondeu bem todos os dias. Me surpreendi principalmente na quinta, onde muita gente veio prestigiar a noite de abertura. Também vendi, neste ano, mais produtos na barraca de souvenir”, ressaltou.
Apresentações de Taikô (tambores do Japão), Bon Odori (dança folclórica) e Budô (artes marciais), além de oficinas de Mangá (histórias em quadrinhos), Ikebana (arranjos florais) e Origami (dobraduras em papel), divertiram crianças e adultos. Os shows de bandas de rock como Negrayscow e J. Coração, além dos corais Hikari e Cant’Vox e danças de rua também dividiram a atenção do público no palco e na tenda montada no jardim do Palácio de Cristal.
O Cosplay (caracterização dos jovens como personagens dos animes e mangás) chamou bastante atenção e foi o campeão de pedidos para fotos. Além das performances dos ‘cosplayers’, houve também uma oficina para os iniciantes. Outra atração bastante concorrida foi o karaokê, que divertiu os participantes em todas as noites da festa. O Centro de Cultura Raul de Leoni exibiu durante todos os dias do Bunka-Sai um especial de filmes japoneses, desde animações infantis como “Ponyo” e “A viagem de Chihiro”, aos documentários “Perigo amarelo: o lado B da imigração japonesa” e “Japão: redescobrindo o Brasil”.
Garantia de diversão e pela primeira vez na festa, o Undokai, um novo costume cultural japonês que reúne os participantes para jogos e brincadeiras em gincanas e disputas como corridas de saco, corridas de pai e filho e outras. A animadora Priscila Misae contagiou os presentes, promovendo integração, saúde e bem-estar.
“Observamos nesta festa uma frequência grande de famílias. É uma oportunidade de fazermos trocas culturais e crescermos como indivíduos, sem perder o entretenimento e fortalecer vínculos com espaços públicos”, disse Thaís Ferreira, presidente da Fundação de Cultura e Turismo.
A técnica da Seleção Brasileira de Judô, Yuko Fujji, marcou presença especial no evento. Ela é japonesa, está há dois anos no Brasil e veio prestigiar a apresentação dos alunos do Judô Comunitário da Escola Germano Valente (Comac). “Gostei bastante da festa. Acho importante a troca de cultura entre os povos. Gostei especialmente da demonstração de judô. Todos os golpes foram feitos corretamente. O nível deles é alto. Parabéns pelo trabalho”, disse.
Outro grande sucesso da festa foi a oficina de Tako (pipa japonesa), ministrada por Eugênio do Carmo Mello, que teve mais de 400 participantes. “Quando eu podia imaginar que um dia estaria fazendo pipa junto com meu pai. Faço artes com muitas pessoas, mas nunca tinha feito com ele”, comentou a contadora de histórias Dulce Eugênio Marinho, de 59 anos. Ela mora no Rio de Janeiro, veio passar o dia dos pais em Petrópolis e levou o pai, Mario Antunes da Silva, de 85 anos, para conhecer a festa e fazer pipas.
A apresentação da dança folclórica Bom Odori também atraiu o público, sendo executada com movimentos bem simples. “Achei a dança muito fácil e gostosa. Tudo referente ao Japão relaxa. Adoro a culinária, a música e a disciplina desse povo”, falou Fernanda Vargas, de 33 anos, moradora do Rio de Janeiro.