400 pessoas recebem atendimentos psiquiátricos, psicológicos, assistenciais e de enfermagem de segunda a sexta-feira de 8 às 21h
No município 6% da população jovem tem o risco de dependência química
“Meu maior objetivo é conquistar meu filho novamente e ter a guarda dele de volta. Por ele vale cada sacrifício e cada luta. Essa é a família que me acolheu e que me incentiva nesse processo. Eles são muito importantes para mim e estão contribuindo para que eu me mantenha limpa”, relata Juliana Sousa de Jesus, 28 anos, paciente desde o início do ano do Centro de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas (CapsAD). Assim como ela, outros 400 pacientes são acompanhados diariamente na unidade do Valparaíso a fim de abandonar o vício.
A Secretaria de Saúde, por intermédio do Departamento de Saúde Mental, organizou uma grande festa de confraternização no CapsAD nesta terça-feira (19.12) com lanche, dia da beleza, música ao vivo, recreação e pela primeira vez os pacientes puderam levar os filhos e familiares. A prefeitura busca reforçar que o tratamento da dependência química também deve ser feito no convívio familiar e projeta a criação de um grupo de convivência específico para acompanhamento do usuário e seus entes.
Atualmente, há 400 usuários em acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas. Em 80% dos casos são homens adultos, mas a preocupação do município é quanto à evolução do número de dependentes entre os jovens. Em Petrópolis, 6% dos adolescentes – de 10 a 19 anos, cerca de 2.500 pessoas são consideráveis em risco de dependência química.
A diretora do Departamento de Saúde Mental, Viviane Martins, explica que no município não há dados estáticos sobre o número de dependentes em drogas licitas e ilícitas, mas garantiu que a criação dos indicadores será prioridade na gestão.
“Iniciamos um estudo no CapsAD que apontou que em Petrópolis, com relação às drogas lícitas, diminuiu a prevalência do cigarro entre os homens e aumentou o consumo de bebidas entre as mulheres. Já entre as drogas ilícitas a maconha é a droga de maior consumo entre as mulheres e o crack e a cocaína entre os homens. O consumo é a partir dos 12 anos então precisaremos criar ações de conscientização de pais e adolescentes junto ao programa Saúde na Escola”, afirma Viviane Martins.
No encontro, os pacientes e familiares puderam se conhecer, confraternizar além de trocar experiências de vida. A dona de casa Juliana Aparecida de Souza, 28 anos, foi com a filha, Maria Sofia de 8 meses prestigiar a evolução do tratamento da mãe.
“É uma forma de darmos apoio e força a ela. Abandonar o vício é algo muito difícil, mas aqui eles recebem muita atenção e cuidado. A evolução da minha mãe neste ano foi muito grande”, afirma.
O Centro de Atenção Psicossocial Álcool Outras Drogas (CapsAd) é uma unidade de tratamento com serviço 24h que dispõe de 8 leitos de retaguarda para situação de crise, com acolhimento e avaliação multiprofissional.
“Ao dar entrada, o paciente passa pela triagem, o caso é levado para discussão entre a equipe e em seguida é elaborado o projeto terapêutico exclusivo para o indivíduo de acordo com o perfil do usuário e o mesmo é encaminhado para oficinas e grupos terapêuticos”, disse Leandra Iglesias, coordenadora do CapsAD.