A Fundação Educandário Princesa Isabel, no Lopes Trovão, recebeu nesta quarta-feira (28.11), a equipe Núcleo de Atendimento Psicológico Especializado – Infantojuvenil (Nape-IJ), que realizou um debate sobre violência sexual em crianças e adolescentes. Cerca de 30 alunos participaram do bate-papo que buscou a conscientização dos jovens sobre como identificar um ato de violência sexual e apresentou toda a rede de proteção que pode ser acionada no caso de ocorrências.
O Nape atua no acompanhamento de casos em que há indícios de violência sexual, encaminhados principalmente pelo Conselho Tutelar. Ao receber os casos em que há suspeita de abuso as agentes atuam no acompanhamento dos jovens em toda a rede, que inclui escola, família, comunidade e demais relações sociais em que possa ser avaliado cada caso.
Petrópolis aparece na lista do Dossiê da Criança e Adolescente que apresenta os indicadores de violência nos municípios do estado do Rio de Janeiro. O documento relaciona 556 casos de violência física, sexual, patrimonial, moral, psicológica e periclitação da vida e da saúde em Petrópolis. Dos registros, o dossiê aponta que 124 são especificamente de violência sexual. “Esse índice sempre existiu, mas agora temos como registrar a atuar sobre cada caso para verificar a veracidade”, destaca a coordenadora do Nape, a psicóloga Isabela Wilberger.
Em um ano de atuação, o Nape fez cerca de 560 atendimentos encaminhados pelo Conselho Tutelar, delegacias ou até mesmo por denúncias. De acordo com Isabela, dos casos atendidos, apenas cerca de 30% se confirmam como sendo de violência sexual. “Muitas das vezes verificamos casos de alienação parental, falsa acusação ou distúrbios psicológicos. Mas para traçar esse perfil, a partir da denúncia encaminhada, fazemos todo o acompanhamento da vida da possível vítima”, destaca a coordenadora do Nape.
Um dos primeiros passos adotados é o acompanhamento psicológico da família e da criança ou adolescente. “Temos que ser muito criteriosos para comprovar um caso de violência sexual”, ressalta Isabela, destacando que o trabalho da equipe também está em esclarecer o que é uma violência sexual, que pode ser apontada de diferentes formas. “Não está apenas no ato sexual, mas se a criança foi exposta a situações impróprias, como por exemplo ser forçada a assistir um filme erótico. Isso é uma violência sexual”, frisa
As palestras a instituições de ensino são uma das formas de levar as informações para as crianças e adolescentes, possíveis vítimas de violência sexual. Desde o ano passado, 184 escolas foram visitadas pela equipe.