Uma plateia tímida, muito silêncio e olhares atentos para um assunto que está tão presente na vida de muitas pessoas: a violência contra mulher. Mais de 30 responsáveis de alunos da Escola Municipal Abelardo De Lamare, no Caxambu, participaram da palestra de conscientização pelo fim da violência doméstica, realizada pela equipe do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) em parceria com o Centro de Atendimento Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS ADIII).
“A equipe do CRAM esteve aqui fazendo uma palestra para nossos alunos. Eles gostaram tanto que pediram que elas voltassem, porém, para apresentar o tema para os pais. Fechamos essa parceria muito importante para escola. É uma semente plantada nos alunos”, pontuou a diretora da EM Abelardo De Lamare, Jaqueline Fraguas.
Durante a palestra, foi apresentado o trabalho que o CRAM realiza, além da abordagem de temas como: tipos de violência, perfis de violência, direitos da mulher e a importância de denunciar e não aceitar nenhum tipo de violência.
“O CRAM não é uma delegacia como muitos pensam. O Cram é um lugar que está sempre preparado para auxiliar e amparar as vítimas de violência, de forma jurídica, psicológica e assistencial. Muitas dessas vítimas desconhecem seus direitos e a Lei Maria da Penha”, destacou a coordenadora do CRAM, que é subordinado ao Gabinete da Cidadania, Cleo de Marco.
Aos poucos o grupo foi ficando mais à vontade e participando mais da discussão com perguntas e opiniões. A psicóloga do CRAM, Liane Diehl apresentou um vídeo com relatos reais que aconteceram em Curitiba, depoimentos detalhados de vítimas de violência que levaram muitas participantes às lágrimas.
“A violência doméstica acontece em qualquer lugar, classe social, raça ou cultura. A violência está na sociedade e precisa ser combatida. O discurso de gênero ainda é muito forte tanto nas mulheres quanto nos homens, fazendo existir uma competição, quando, na verdade, precisa de reciprocidade e respeito”, ressaltou a psicóloga do CRAM, Liane Diehl.
A mãe e responsável por duas alunas da escola, elogiou a ação. “Essa escola cresceu muito desde o ano passado. Gostei muito da palestra e quero dar parabéns pelo trabalho do CRAM e para a diretora da escola que sempre traz ações que somam para nossa comunidade”, contou Celeste Diniz.
O encontro foi finalizado com a explanação da coordenadora e psicóloga do CAPs ADIII, Leandra Iglesias, sobre a relação da violência contra a mulher e o uso de drogas e álcool. Segundo a coordenadora, o consumo de álcool está em primeiro lugar como condicionador de violência doméstica.
“Não tem como falar da violência contra mulher, sem falar da temática do uso de substâncias tóxicas. O uso do álcool pelo agressor é um dos principais fatores da agressão”, disse a coordenadora e psicóloga do CAPs ADIII, Leandra Iglesias.
Para denunciar ou solicitar informações, pode ligar para o telefone 2243-6152 ou comparecer à sede do Cram, na Rua Santos Dumont, número 100, no Centro. O funcionamento é de segunda a sexta, de 8h às 17h. Em casos de emergência, a mulher pode ligar em qualquer horário para o número (24) 98839-7387, disponibilizado pelo órgão. Caso se sinta violentada de alguma forma, a mulher pode contatar a Polícia Militar pelos números 2291-5071, 2242-8005 ou 180, além de poder contatar via WhatsApp a emergência da Polícia Militar, pelo número (24) 99222-1489.