Lar Nossa Senhora das Graças recebe a oficina por meio de parceira com o CRAS Corrêas
O lazer e a prática de esporte como instrumentos para a formação e ressocialização das crianças do Lar Nossa Senhora das Graças, localizado em Corrêas. Isso é o que propõe a Secretaria de Assistência social com aulas de capoeira oferecidas através da parceria entre a instituição de o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), que funciona no mesmo bairro. Há um mês sendo aplicada, a atividade já virou rotina na vida das crianças afastadas temporária ou definitivamente das famílias biológicas. A permanência dos menores no Lar segue determinação da Vara da Infância, Juventude e Idoso, por considerar que os menores passam por situação de risco ou vulnerabilidade social.
A oficina de capoeira é mais uma alternativa de atividade oferecida pelas unidades do CRAS que identificam em suas regiões a melhor forma de levar os serviços para as comunidades onde atuam. Em Corrêas, a atividade foi oferecida para a instituição para suprir uma defasagem de atividade física, mas os benefícios na vida dos menores, vão além de uma simples práticas de exercício. Nas 16 crianças entre 4 e 12 anos, que participam da aulas, é possível se observar uma mudança de comportamento e maior interação entre o grupo e com os profissionais atuantes no Lar.
Em cada CRAS são oferecidas atividades diversas, de acordo com a demanda de cada localidade. As ações se voltam para público de todas as idades. Na unidade de Corrêas é desenvolvido, entre outras ações, o serviço de convivência em grupos de crianças de 6 a 12 anos. O objetivo é o fortalecimento de vínculos com atividades como artesanato e pintura, sempre voltadas para o resgate de vínculos.
As equipes muitas vezes lidam com crianças em vulnerabilidade social. As ações oferecidas são pensadas para reduzir os impactos que esses menores sofrem em suas vidas. As 25 crianças atendidas no Lar são assistidas até que seja possível a reinserção familiar ou, por decisão da Vara da Infância, sejam encaminhadas para a adoção. No período que permanecem na instituição as crianças e suas famílias biológicas passam acompanhamento feito com psicóloga e assistente social, sempre na busca da reintegração com os pais ou familiares.
Todo o trabalho conta com o apoio da rede de serviços oferecidos pelo poder público nas áreas de habitação, educação, saúde e assistência social. “Contamos com toda essa rede para ajudar as famílias se reintegrarem e temos sucesso na maioria das vezes”, destaca a gerente administrativa do Lar, Luciana Márcia da Conceição, reforçando que atividades como a capoeira contribuem em muito no resultado do trabalho desenvolvido pela equipe técnica do Lar. “Nesse período em que a oficina é oferecida já é possível notar maior integração entre as crianças e os educadores. A prática de esporte é muito importante para o bom desenvolvimento deles”, frisa Luciana e é o que também confirma o professo de capoeira, André Luis da Silva.
Há 23 anos praticando capoeira, André reforça que qualquer prática esportiva já é educativa e a capoeira oferece uma série de benefícios. Para ter a atenção das crianças, que nunca tiveram contato com a prática anteriormente, o professor conta que busca iniciar as técnicas de forma lúdica, como sendo uma verdadeira brincadeira. Mas em cada atividade proposta, são ensinados os movimentos e as técnicas da capoeira. “Procuro trabalhar com eles como se fosse uma grande brincadeira, mais aos poucos vou trabalhando as técnicas que contribuem, entre outras coisas, com o desenvolvimento e a coordenação motora deles”, destaca o professor que já carrega experiência de trabalhos em comunidades carentes.