Notícias

Quinta, 30 Mai 2019 19:03

Fortalecer a rede de atendimento à mulher é “imprescindível”, diz diretora-presidente do ISP

Na apresentação do Dossiê Mulher 2019, ela afirmou que iniciativas como o Cram e o Nuam representam “avanço no enfrentamento à violência”

Dados sobre Petrópolis mostram que o número de femícídios em 2018 caiu, mas ainda são altos os índices de lesão corporal, estupros e ameaças

Apesar dos baixos índices de violência contra a mulher em Petrópolis na comparação com todo Estado, a rede de atendimento precisa continuar a ser fortalecida para que os índices possam diminuir ainda mais. Essa é a conclusão da diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública, Adriana Pereira Mendes, que esteve na Casa dos Conselhos na quarta-feira (29.05) para apresentar os dados obtidos pelo Dossiê Mulher 2019. Espaços e ações desenvolvidas em locais como Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), o Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuam) na delegacia do Retiro, entre outros, são vistos por ela como “imprescindíveis” para enfrentar a violência por causa do gênero.

O Dossiê Mulher 2019 reúne dados do ano passado. De acordo com o relatório, foram dois femicídio (homicídios dolosos), contra seis um ano antes. O número de tentativas de homicídio, no entanto, teve um pequeno aumento (foi de 12 para 15). Em 2018, houve registro de 861 casos de lesão corporal, 118 estupros e 931 ameaças.

“Com relação a Petrópolis, considerando o Estado do Rio como um todo, vemos que não são números tão significativos, felizmente. A gente observa, por exemplo, com relação ao número de feminicídio, em comparação com o Estado do Rio de Janeiro, que é bem reduzido, chegamos até, em 2016, a não ter nenhum caso. Ainda assim, observamos números expressivos de lesões corporais, ameaças, crimes que não têm a mesma gravidade como são os contra a vida, mas que ainda é necessária toda a atenção para que esses números diminuam”, analisou.

Nesse cenário, a rede de assistência às vítimas da violência doméstica ganha ainda mais importância. Até meados de maio deste ano, o Cram fez 257 atendimentos em Petrópolis. O espaço oferece orientação jurídica, acompanhamento social e psicológico, em parceria com as delegacias da cidade, para atender mulher em situação de violência, seja ela moral, verbal, patrimonial, física ou sexual.

Além disso, a cidade também tem a Sala Violeta, no Fórum de Itaipava, para acelerar o acesso das vítimas ao judiciário; e está construindo a Sala Lilás, que vai oferecer atendimento reservado para exames no IML. Este ano, a Guarda Civil também capacitou os agentes para atender mulheres em caso de violência dentro da Lei Maria da Penha.

“Qualquer ação que visa dar um melhor atendimento e, sobretudo, um fortalecimento da rede de atendimento à mulher nos seus mais diversos aspectos, seja no âmbito da unidade policial ou no pós, é imprescindível, é muito importante, é um avanço no enfrentamento à violência”, ressaltou a diretora-presidente do ISP-RJ.