De longe, a Barraca da Solidariedade, montada nos jardins do Palácio de Cristal durante a 25ª Bauernfest, parecia apenas mais uma das muitas atrações da festa. Agora, com o evento encerrado, já é possível afirmar: o espaço, cedido gratuitamente pela Prefeitura a Organizações Não Governamentais (ONGs) e mantenedores de projetos sociais, foi um dos mais concorridos do evento. Depois de 10 dias de celebração da cultura germânica, tudo o que se via na barraca eram prateleiras vazias e sorrisos nos rostos dos participantes.
Neste ano, o espaço cedido pelo município foi ocupado por cinco entidades e associações: o projeto Recicla Tecido, que oferece cursos de costura a mulheres em situação de risco social encaminhadas pela Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac); o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), que garante formação musical gratuita a crianças carentes; a Associação Petropolitana dos Pacientes Oncológicos (APPO), que oferece apoio e assistência a pacientes com câncer; o Instituto Terra Santa, que oferece atividades educativas a crianças e adolescentes carentes, além de cursos profissionalizantes a adolescentes e adultos; e a Associação Filantrópica de Petrópolis (Afipe), que contribui para a manutenção de asilos, creches e serviços de saúde da cidade.
“Fiquei radiante com a participação neste ano. Percebi, de fato, um movimento de solidariedade. A Prefeitura e a Fundação de Cultura e Turismo nos deram o espaço e nós, juntos, nos demos as mãos. Todos que estavam lá trabalharam não apenas por um projeto, mas todos os cinco projetos”, comemorou a presidente do Recicla Tecido, Cláudia Martins, fazendo referência à união do grupo, nos últimos dias da festa, para confeccionar arcos decorados. “Todos os arcos tinham acabado e muita gente ainda estava procurando. O pessoal da APPO conseguiu arcos pretos, simples, e nos unimos, todos, para decorá-los. Fizemos mais de 70”, revelou. “Essa troca
é a essência das associações, do trabalho coletivo. Só temos que agradecer o apoio incondicional da prefeitura e todos que nos prestigiaram”, disse
Cláudia.
No espaço, petropolitanos e turistas – brasileiros e estrangeiros – encontraram produtos confeccionados com doações e também itens que contribuem para a manutenção dos trabalhos. Havia desde chaveirinhos e saches a camisas e colchas, tudo vendido a preços populares – de R$ 1 (como o palitinho com coração em sache, usado como marcador de livro) a R$ 40 (como a colcha de retalhos feita pelo projeto Recicla Tecido).
“Vi CDs, camisas, chapéus típicos dos colonos alemães, oratórios, caixinhas de mdf. Tudo muito bem feito. Eu não resisti às mantinhas para cachorros. Saí feliz porque gostei da minha compra e também porque ajudei um trabalho social, que beneficia quem precisa”, disse Deisy Fernandes,
que mora no Rio e subiu a serra com a família no último sábado para conhecer a Bauernfest. “Meu filho já tinha vindo, mas esta foi a minha primeira festa. Quero voltar em 2015”, avisou.
Cláudia Martins lembrou que, além das vendas feitas durante a Bauernfest, na Barraca da Solidariedade, o evento deixa os projetos sociais em evidência e contribui para que pessoas de todo o país e também do exterior conheçam os trabalhos. “No ano passado muita gente de fora da cidade, que viu nosso trabalho na Bauernfest, fez contato depois para saber como ajudar. A festa é uma importante vitrine para todos nós”, disse, lembrando que este é o segundo ano consecutivo de participação do projeto Recicla Tecido na Bauernfest. Trabalhos sociais também ganharam espaço em outros eventos realizados pela Prefeitura, como a Exposição Agropecuária. “Foi uma idéia que surgiu no Conselho dos Direitos da Mulher (Condim), como forma de garantir mais espaço e exposição a trabalhos feitos por mulheres de toda a cidade”, lembrou a presidente do Condim, Luciane Bomtempo.