O prefeito Rubens Bomtempo vai oficiar o Ministério das Cidades solicitando, em caráter emergencial, a liberação da contratação imediata da empresa vencedora para a construção de 720 unidades habitacionais no Caetitu. O município já cumpriu as etapas para execução dos projetos de arquitetura, urbanização e engenharia, além dos serviços preliminares de topografia e sondagem, todos aprovados pela Caixa Econômica Federal. O projeto, a ser executado num terreno comprado e já pago pela Prefeitura, também está licenciado e aprovado pelos órgãos ambientais, porém, o Ministério das Cidades solicitou um novo documento de forma inédita: a apresentação da demanda social detalhada das 720 famílias que serão beneficiadas com o empreendimento. Geralmente, o pedido é feito apenas quando 40% das obras estão concluídas mas no caso de Petrópolis, o documento foi solicitado mesmo antes do contrato com a empreiteira.
“Estamos falando de vítimas das chuvas desde 2011 e este pedido, num momento em que precisamos iniciar a obra aprovada, vai dificultar um projeto que é prioridade para a Prefeitura”, diz Bomtempo, que teve seu encontro com o Ministro adiado na última vez em que esteve em Brasília. “Estamos falando do maior acidente climático da história do país, não vamos medir esforços para atender o Ministério, mas este é um processo que vai atrasar nosso cronograma”, completa o prefeito. A situação também preocupa os técnicos envolvidos e as pastas de Habitação e de Trabalho, Assistência Social e Cidadania.
“O documento de Avaliação de Danos – AVADAN 2011 – elaborado pela Defesa Civil à época, aponta mais de 1,5 mil famílias com déficit habitacional. Este, por si só, já é um dado legítimo demonstrativo das necessidades habitacionais do município”, explica o secretário de Habitação, Rodrigo Seabra. Já a secretária de Trabalho, Assistência Social e Cidadania, Fernanda Ferreira lembra que esta é uma operação detalhada que prejudicará as famílias. “Elas não estão desassistidas, pois participam do programa de Aluguel Social da Prefeitura ou do Estado, mas o novo pedido burocratiza um sistema que já é demorado e penoso para quem já sofreu tanto”, afirmou.