Quem não participou da 1ª Festa da Cultura Afro-Brasileira ainda pode aproveitar algumas das atrações da programação: duas exposições no Centro de Cultura Raul de Leoni e três em Itaipava, no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes, lembram a homenagem até o fim da semana. Há, ainda, uma atividade interativa de artes plásticas.
No Centro de Cultura, há uma mostra de 30 serigrafias de Carybé, do acervo da Fundação de Cultura e Turismo (“Cumpadres de Ogum”) e outra interativa, “Africanidades”, para adultos e crianças. Nela há vídeos e CD’s, em áudio e em Libras (linguagem brasileira de sinais para surdos-mudos), que mostram desde shows de música com artistas negros, ou de temática negra, a documentários sobre personalidades históricas de destaque, passando pelos elementos da cultura afro-brasileira (incluindo os que foram tombados como Patrimônio Imaterial Brasileiro), além de livros, revistas e documentos da época da escravidão, com curiosidades e notícias sobre fugas de negros, atestados de óbitos de escravos etc. Há também itens voltados para crianças, como livros de contos e lendas africanas, dentre outros assuntos. As serigrafias estão na Galeria Aloysio Magalhães até o sábado, dia 30 (não abre na segunda-feira) com visitação das 13h às 18h. “Africanidade” pode ser vista da segunda, 24, ao sábado, dia 28, na Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral, das 8h às 18h.
Na sala de leitura do Parque Municipal, em Itaipava, prosseguem várias atrações até o dia 30: um projeto interativo de artes plásticas, “África de todas as cores” (pintura coletiva de tela), e três exposições relacionadas aos livros – duas para adultos (“Uma Janela para a consciência” e “A África da literatura”) – e uma para crianças (“Bancada infantil – uma África de histórias”). Todas podem ser visitadas das 10h às 18h de segunda a sexta, e aos sábados de 8h às 13h.
Festa chegou para ficar
A Festa da Cultura Afro-brasileira de Petrópolis, promovida no último fim de semana (de 20 a 23 de novembro) pela Prefeitura em parceria com o Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial), mostrou que o evento veio para ficar. Mesmo tendo sido esta a primeira edição, agradou em cheio as cerca de cinco mil pessoas que circularam pelo Palácio de Cristal, Praça da Liberdade e outros pontos que recebera, a programação da festa.
Na programação cultural, capoeira, maculelê e roda de samba foram apresentados tanto na praça quanto no palácio, onde estiveram lado a lado com shows musicais, teatro, exposições, oficinas – como as de percussão e a do bebê Abayomi (boneca africana feita de retalhos e ervas aromáticas) – e palestras, que foram das histórias contadas pelos membros do Quilombo da Tapera aos fatos históricos narrados pelo presidente do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Jr. Nas barracas de comidas típicas foram degustados os produtos da culinária brasileira que, muitas vezes, poucos sabem que têm origem africana.
“A festa foi boa. O público gostou muito e nós também”, declarou Nilda Souza, que, juntamente com a irmã Neidy, gerenciou uma das barracas mais procuradas da festa. Acostumadas a participar de eventos como esse em Petrópolis e em outras cidades, elas venderam docinhos de visual e apresentação caprichados a preços bem acessíveis, fazendo grande sucesso. Elas contaram que também aproveitaram a festa. “Foi um clima de paz e de alegria. A programação foi boa e pudemos conhecer pessoas novas, gente legal, como nós gostamos. Atendemos aqui muitos visitantes vindos de fora. Tivemos até grupos que vieram de cidades como Ouro Preto(MG) e Natal (RN)”.
“Esta festa veio para ficar no calendário cultural e turístico da cidade”, declarou a presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Thaís Ferreira. E esclarece: “Tem um enorme potencial. Como nas demais, nosso objetivo é fazer do Palácio um templo da diversidade e dos encontros culturais”.