Notícias

Quinta, 13 Agosto 2015 07:41

Reunião do Comdim abre III Semana de Combate e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher

A abertura da III Semana de Combate e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher foi marcada pela frase: “Somos Todos Deise Lana”. A petropolitana faz parte da lamentável estatística de mulheres que sofrem a forma mais brutal de violência no mundo. É por Deise Lana e por tantas outras, que o Comdim e o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM) têm, até esta sexta-feira (14/8), o compromisso de chamar a atenção da sociedade para as questões ligadas à violência contra a mulher com uma extensa programação, que vai da sensibilização até a capacitação de profissionais ligados à área.

“A Deise Lana é a pessoa mais importante deste evento. É por mulheres como ela que nós lutamos e trabalhamos para interromper esse ciclo de violência. Quero agradecer à equipe do CRAM por todo o trabalho que tem desenvolvido e também a todos os outros órgãos, como a Polícia Militar, o Juizado de Violência Doméstica, a 105ª e 106ª Delegacia de Polícia, e principalmente ao prefeito Rubens Bomtempo, que abraçou esta causa e, assim como todos nós, tem a certeza de que todo ser humano deve crescer longe da violência. Enquanto uma mulher estiver sendo agredida estaremos aqui lutando. Somos todas Deise Lana”, disse a presidente do Comdim e secretária Chefe de Gabinete, Luciane Bomtempo.

Luciane ressaltou ainda que a Lei Maria da Penha foi um avanço e que lembrou que a legislação precisa ser aperfeiçoada. “É preciso que continuemos trabalhando, avançando”, frisou. Além disso, a presidente do Comdim destacou algumas importantes realizações do conselho quando o assunto é a violência contra a mulher, como o Dia Municipal do Laço Branco, comemorado no dia 6 de dezembro e também a inserção desta importante pauta no dia a dia dos jovens com palestras sobre o assunto. O projeto já foi iniciado no Liceu Municipal de Prefeito Cordolino Ambrósio.

Há 11 meses, Deise Lana, que estava com apenas três meses de gestação, foi esfaqueada pelo marido porque queria o divórcio. As marcas da agressão estão em várias partes do corpo. “Em onze anos de relacionamento nunca imaginei passar por essa situação. Hoje estou aqui, de cabeça erguida, graças a todo o amparo do Cram e também do Comdim. Agora estou nesta luta para que outras mulheres não sejam violentadas como eu fui. Para que elas não passem pelo que eu passei. Hoje me considero guerreira, corajosa e com total condição de ser mãe e pai dos meus quatro filhos”, declarou, emocionada.

Deise Lana é uma das 3 mil mulheres atendidas no Cram desde a sua inauguração, em 2007, na segunda gestão de Bomtempo. “É por causa de mulheres como ela que existe toda essa rede de atendimento e assistência. Essa é uma semana para refletirmos sobre uma pauta que não está vencida. Ainda precisamos descobrir como podemos nos irmanar para combater este tipo cruel de violência”, disse a coordenadora do CRAM, Drica Madeira.

O comandante do 26º Batalhão da Polícia Militar, Marcelo Quinhões, destacou a importância da união de entidades e da capacitação de todos. “É de extrema importância que os policiais sejam conscientes e estejam preparados para atuar com essas questões”, falou. O delegado da 106ª DP, Nei Loureiro, lembrou a importância das mulheres denunciarem os casos. “Temos muito a avançar. É importante que as mulheres denunciem esses casos. No que depender da gente, vamos lutar para que todos vivam bem”.

Comdim e Cram iniciam trabalho de sensibilização
Equipes do Comdim e do Cram iniciaram na manhã desta quarta-feira (12/8) o trabalho de sensibilização em relação ao atendimento às vítimas de violência doméstica. O objetivo é compartilhar a experiência adquirida pela equipe do Cram, mostrando a realidade e as dificuldades das mulheres que sofrem este tipo de violência. A sensibilização começou com uma conversa da coordenadora do Centro de Referência, Drica Madeira, com 21 policiais militares.

“Normalmente é o policial militar quem faz o primeiro atendimento. É ele que tem o primeiro contato, por isso é tão importante que entendam o que essas mulheres esperam deles. Esta ação, hoje, estreita nossa relação. Quanto mais entrosados estivermos, melhor vamos atuar. Isso é o que chamamos de rede de enfrentamento”, explicou, lembrando que esse trabalho começou em 2013, com a realização da I Semana de Combate e Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Desde então estamos estreitamos os laços com o Poder Judiciário, de forma que nossa atuação seja mais organizada e eficaz.

O aspirante oficial Rafael Ramalho lembrou que a conversa será multiplicada no próprio Batalhão da Polícia Militar, aos outros policiais. “Essa troca é importante. Entender como funciona o trabalho desenvolvido pelo município e saber que existe o suporte de uma unidade como o Cram nos permitirá orientar melhor as pessoas que sofrem este tipo de violência”, disse.  
A soldado Angelita Monteiro, única mulher a participar do encontro, frisou a importância da sensibilização. É importante entender melhor o que a vítima espera, conhecer a rede de atendimento da cidade. Isso sem dúvida faz diferença no nosso atendimento’.

Nesta quinta-feira, o trabalho de sensibilização continua, desta vez com a participação de agentes comunitários de saúde.

Confira a programação:
Quinta-feira (13/8), das 8h às 16h – Sensibilização de Agentes Comunitários de Saúde:  “Acolhimento a mulheres em situação de violência doméstica”. Local: Casa dos Conselhos Municipais Augusto Ângelo Zanatta – Av. Koeller, 260.
Sexta-feira (14/8), das 10h às 16h – Ocupação da Praça – Ação de sensibilização  e informação às mulheres. Local: Praça D. Pedro II.