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Segunda, 04 Abril 2016 10:00

Bomtempo empossa Comissão Municipal da Verdade

O prefeito Rubens Bomtempo empossou, nesta sexta-feira (1º/4), a Comissão Municipal da Verdade (CMV). O grupo terá a missão de apurar violações aos direitos humanos praticadas durante a ditadura, colaborando com o trabalho realizado pelas Comissões Estadual e Nacional da Verdade. Durante o evento, o prefeito se colocou à disposição para colaborar com o grupo e entregou um exemplar do livro “Estação Petrópolis”, com as memórias de seu pai, Rubens de Castro Bomtempo – que teve seu mandato cassado pelo Ato Institucional nº 2, em 1965.

 “Estamos acolhendo a Comissão Municipal da Verdade, oferecendo estrutura para o trabalho de pesquisa e esclarecimentos, inclusive junto às escolas e às universidades. Temos que valorizar esse momento para propagar os valores da democracia, da verdade e da justiça. Podem contar sempre comigo para isso”, disse o prefeito Bomtempo, que também colocou à disposição da CMV uma sala na Casa dos Conselhos Augusto Ângelo Zanatta, para que eles possam realizar o trabalho de pesquisa.

Presidente da Comissão, o professor Eduardo Stotz relembrou a sequência dos fatos que deram origem ao período da ditadura. “Temos que resgatar a memória das violências contra a democracia e contra os direitos humanos praticadas neste período, para que ele não se repita em nosso país”, defendeu o professor, destacando o apoio do poder público para a instalação da CMV.

Para Geraldo Cândido, que integrou a Comissão Estadual da Verdade, a abertura de uma comissão no município é muito positiva. “Ao mesmo tempo em que sediou uma das principais casas de terror da época, que foi a Casa da Morte, Petrópolis é uma cidade que em que o movimento operário teve um papel muito importante contra o regime autoritário”, destacou, lembrando que o trabalho da Comissão Estadual gerou um relatório com mais de três mil páginas.

A Comissão Municipal da Verdade é composta por Eduardo Stotz, João Fabre dos Reis, Maria Helena Arrochelas, Rafane Valoura Paixão e Roberto Schiffler Neto. Também participaram da cerimônia o procurador-geral do município, Marcus São Thiago, os vereadores Luizinho Sorriso, Vadinho e Silmar Fortes; e representantes da Secretaria de Ação Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro.

Semana da Memória, Verdade e Justiça

Para marcar a memória do período, a CMV está organizando a primeira Semana da Memória, Verdade e Justiça, que terá, nesta semana, uma série de eventos. Confira a programação:

2 de abril (sábado)

16h – “A Cultura Urbana Contra a Ditadura Militar” com a banda Gotam CRU e os Curingas (Praça dos Expedicionários)

20h – Apresentação da peça “O trombone e o fuzil” (Theatro Dom Pedro)

3 de abril (domingo)

11h – Ato Religioso em Memória dos Atingidos pela Ditadura (Palácio de Cristal)

4 de abril (segunda-feira)

Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas

À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)

À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)

19h – Lançamento do livro “Um homem torturado: nos passos de Frei Tito de Alencar”, com a participação de Ivo Lesbaupin, do ISER (Cefet-Petrópolis)

5 de abril (terça-feira)

Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas

À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)

À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)

16h – Revogação do projeto de cassação dos vereadores do PSB de 3 de maiode 1964 (Câmara Municipal)

19h – Exibição do filme “O dia que durou 21 anos”. Em seguida, debate com: Maurício Vicente, da UCP; Ricardo Figueiredo de Castro, da UFRJ; e Eduardo Stotz, presidente da Comissão Municipal Petrópolis. (Museu Imperial)

6 de abril (quarta-feira)

Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas

À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)

À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)

18h – Quarta Cultural no Palácio Itaboraí: depoimentos dos familiares das vítimas da Ditadura. Convidado: Procurador Geral do Município, Marcus Vinícius de São Thiago

7 de abril (quinta-feira)

Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas

À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)

À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)

17h – Encerramento da Semana pela Memória, Verdade e Justiça em Petrópolis: Coral  Nheengarecoporanga (CDDH); reapresentação da peça “O trombone e o fuzil”; grupo musical com músicas que marcaram a Ditadura – História de Samba; e leitura de carta aberta dos promotores da Semana solicitando à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência o processo de desapropriação da Casa daMorte. (Praça da Liberdade).