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Terça, 05 Abril 2016 07:15

Público das atividades da Semana da Memória, Verdade e Justiça supera expectativa dos organizadores

Reavivar a memória sobre as violações contra os direitos humanos praticadas no período da ditadura: o objetivo da Semana da Memória, Verdade e Justiça, organizada pela Comissão Municipal da Verdade (CMV), está sendo cumprido. Os diversos eventos realizados no fim de semana, como peça teatral, apresentação musical e culto ecumênico, que lembraram as pessoas sobre o período, superaram as expectativas dos organizadores. A programação continua até a quinta-feira (7), com várias atividades.

Na tarde de sábado, (2/4), a banda Gotam CRU e os Curingas apresentou o show “A Cultura Urbana Contra a Ditadura”, aberto ao público na escadaria do Theatro Dom Pedro. À noite, a peça teatral “O Trombone e o Fuzil” foi o destaque. No domingo (3/4), um ato religioso ecumênico em memória dos atingidos pela ditadura foi realizado no Palácio de Cristal.

O presidente da CMV, professor Eduardo Stotz, considerou o início das atividades um grande sucesso. “Os eventos superaram a nossa expectativa inicial. Percebemos que, cada vez mais, as pessoas se interessam pelo trabalho de apuração das violações cometidas pela ditadura. Por isso, a Semana da Memória, Verdade e Justiça tem um papel fundamental para fomentar este debate”, declarou Stotz.

O aposentado João Quadros, cujo pai foi exilado pela ditadura, fez questão de participar dos eventos do final de semana. Para ele, a história do período deve ser explicada com maior clareza. “Hoje, infelizmente, não existe transparência sobre os dados da ditadura. Não há notícia de muitos desaparecidos até hoje. Iniciativas como a Comissão Municipal da Verdade espalham as informações, inclusive por meio da internet – ferramenta que não existia anteriormente”, destacou.

A antropóloga Maria de Paula considera a instituição de uma Comissão Municipal da Verdade fundamental para apurar os acontecimentos históricos. “As Comissões Estaduais e a Federal tiveram prazos encerrados rapidamente. Portanto, ter grupos estudando essa questão nos municípios amplia o diálogo com toda a sociedade. A CMV vai poder produzir um conhecimento que a cidade não aborda habitualmente”, opinou.

“Este é um movimento pertinente, que trata de uma época delicada do nosso país. Sem ódio, sem desejo de vingança, estimulamos que a verdade venha à tona”, disse o presidente do Grupo Espírita União, Compreensão e Caridade, Antonio Carlos Eckhart, que participou do ato ecumênico de domingo.

A programação da Semana da Memória, Verdade e Justiça continua nesta semana. Confira:

5 de abril (terça-feira)
Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas
À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)
À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)
16h – Revogação do projeto de cassação dos vereadores do PSB de 3 de maiode 1964 (Câmara Municipal)
19h – Exibição do filme “O dia que durou 21 anos”. Em seguida, debate com: Maurício Vicente, da UCP; Ricardo Figueiredo de Castro, da UFRJ; e Eduardo Stotz, presidente da Comissão Municipal Petrópolis. (Museu Imperial)

6 de abril (quarta-feira)
Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas
À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)
À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)
18h – Quarta Cultural no Palácio Itaboraí: depoimentos dos familiares das vítimas da Ditadura. Convidado: Procurador Geral do Município, Marcus Vinícius de São Thiago

7 de abril (quinta-feira)
Manhã e/ou tarde – Atividades nas escolas
À tarde – Exposição “A tortura no regime militar: denúncia e profetismo de Alceu Amoroso Lima” (Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, na Mosela)
À tarde – Exposição “Petrópolis: Ditadura e Resistência” (Centro de Cultura Raul de Leoni)
17h – Encerramento da Semana pela Memória, Verdade e Justiça em Petrópolis: Coral  Nheengarecoporanga (CDDH); reapresentação da peça “O trombone e o fuzil”; grupo musical com músicas que marcaram a Ditadura – História de Samba; e leitura de carta aberta dos promotores da Semana solicitando à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência o processo de desapropriação da Casa daMorte. (Praça da Liberdade).