O grupo de trabalho do Projeto de Gestão Integrada de Desastres Naturais (Gides) apresentou nesta quarta (08.03) o andamento das ações dos quatro eixos do manual do plano: alertas antecipados, mapeamento de risco, planejamento urbano e obras de reabilitação e prevenção. Desenvolvido entre o governo brasileiro e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), o projeto tem o objetivo de reduzir os desastres por meio de manuais produzidos por técnicos japoneses. Os bairros piloto escolhidos em Petrópolis foram o Vale do Caititu e o Independência – o mais populoso da cidade.
No Vale do Caititu, em Corrêas, estão sendo colocados em prática dois eixos: planejamento urbano e obras de reabilitação e prevenção. Ana Maria Zanetti, engenheira da Secretaria de Planejamento, explicou que os métodos garantem a expansão territorial da região de forma organizada, sem ocupações irregulares.
“Petrópolis cresceu rapidamente, o que ocasionou a perda das características originais da cidade. Não houve planejamento, por exemplo, das mudanças e da proteção do ecossistema. Com esse novo método, é possível garantir com segurança a expansão daquela área. Já fizemos todo o mapeamento da área, ao lado dos geólogos da Defesa Civil. Com investimento, o Caititu tem tudo para crescer da melhor maneira possível”, afirma a engenheira.
No Independência, onde vivem mais de 38 mil pessoas, os eixos utilizados são alertas antecipados e mapeamento de risco. O trabalho está sendo desenvolvido pela equipe de geólogos da Defesa Civil. Por conta do crescimento desenfreado, o bairro conta com poucas áreas seguras para novas construções.
“Nossas equipes visitaram os dois bairros e o comparativo é inevitável: até na qualidade do solo, o Caititu é mais seguro. É uma questão técnica. Avaliamos os riscos existentes no Independência, mas por ser um bairro grande e extremamente populoso, este processo ainda não foi concluído. Em diversos pontos identificamos o risco de deslizamentos de terra, por exemplo”, explicou o geólogo da Defesa Civil, Yuri Garin.
No dia 14, os japoneses estarão em Petrópolis para inaugurar a sala de operações do Gides, que fica ao lado do Centro de Operações (CEOP) da Defesa Civil.
“A metodologia japonesa utiliza cálculos no monitoramento. Com o levantamento do comportamento do solo em várias partes da cidade no período de chuvas, vamos atuar melhor com base nos riscos identificados”, explica o diretor do Departamento Técnico, Operacional e de Fiscalização da Defesa Civil, Ricardo Branco.
O Projeto GIDES é executado pelo Ministério das Cidades, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - CEMADEN, pelo Ministério da Integração - CENAD e pelo Serviço Geológico Brasileiro – CPRM, contando com a cooperação de especialistas japoneses do Ministério da Terra, Transporte, Infraestrutura e Turismo – MLIT, da Agência de Meteorologia do Japão e de outros órgãos de expertise na área, através da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA.
Participaram desse encontro os técnicos das secretarias de Obras; de Planejamento, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico e a Defesa Civil.