Secretaria de Saúde do Estado está priorizando a imunização nas cidades com divisas com municípios com casos confirmados da doença
Após o anúncio da Secretaria Estadual de Saúde (SES) de que o Rio de Janeiro vai vacinar em massa contra a febre amarela, a Secretaria Municipal de Saúde notificou a SES quanto às diretrizes que serão aplicadas no município. Por orientação do Ministério da Saúde, a imunização ocorrerá prioritariamente na Capital e em cidades com divisas com os três estados com casos confirmados ou suspeitos da doença. Demais municípios serão incluídos em cronograma ser definido pela SES. Ainda não há previsão de recebimento das doses em Petrópolis, mas a Secretaria Municipal de Saúde já estuda como será o esquema de imunização dentro da rede.
Só neste ano foram aplicadas 6.860 doses da vacina que teve o esquema de reposição alterado para atender aos petropolitanos que iriam viajar no carnaval. O secretário de Saúde, Silmar Fortes, explicou que nem mesmo o envio das doses previstas na rotina de envio, 300 doses mensais, foi fornecido pelo Estado.
“O Estado anunciou que até a última semana do mês eles receberão 3 milhões de doses, mas não temos previsão se dentre essas Petrópolis será contemplada. Não recebemos neste mês a reposição mensal, justamente por eles estarem priorizando a imunização nas cidades que fazem divisa com os municípios com confirmação do surto.O objetivo da SES é de se realizar o bloqueio da entrada do vírus no Estado do Rio de Janeiro”, aponta Silmar Fortes.
Nunca ocorreram casos da doença em Petrópolis e não há notificações suspeitas no Estado. A coordenadora do serviço de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, Elisabeth Wildberger comentou que a população não precisa entrar em alarde por conta da falta de reposição e anunciou que o município já está se organizando para ampliar os postos de vacinação.
“Com o fim do verão os casos tendem a diminuir, pois a proliferação do mosquito tem maior incidência no calor, por conta disso, o Estado anunciou que até o fim do ano deve ocorrer a imunização. De qualquer maneira estamos em estudo para ampliar os postos de vacinação que este ano ficou localizado apenas no setor de epidemiologia. Buscaremos dar mais acessibilidade à população que precisará se imunizar.”, disse Elisabeth Wildberger.
O infectologista do Departamento de Doenças Infecto Parasitárias (DIP) Antonio Luiz Chaves Gonçalves explicou que a vacina contra a febre amarela é contraindicada em alguns casos, como em crianças menores de seis meses de idade, gestantes, idosos acima de 60 anos, mulheres que amamentam crianças de até seis meses (se receberem a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a vacinação ou no mínimo 15 dias) e pessoas com doenças autoimunes ou doença neurológica.
“A recomendação médica é que esses pacientes evitem as áreas com o surto da doença. Mas, em caso de extrema importância de viagem, um médico deverá avaliar o risco/benefício da vacinação para esses grupos, levando em conta o sério risco de eventos adversos. Nesses casos, a vacinação só será realizada mediante prescrição médica e a mesma ficará retida na unidade onde a vacina for aplicada”, afirma o infectologista.