Salas ‘multisseriadas’ comprometem rendimento escolar.
Secretaria propõe mudanças para oferecer ensino de qualidade.
Alunos de séries diferentes tendo aulas na mesma sala e com o mesmo professor. Esta é a situação de 36 estudantes da Escola Municipalizada Sebastião Lacerda, no Rocio. Realocar estes alunos para escolas que estejam com funcionamento pleno e eficiente é a meta da Secretaria de Educação. A mudança tem resistência da comunidade, no entanto, a secretaria tem levado ao local informações sobre a melhoria do ensino e a garantia de transporte para os alunos.
A nova escola fica em um bairro vizinho e o transporte será feito pela Secretaria de Educação. O mesmo caso é registrado no Brejal: 29 alunos também em séries diferentes dividem as mesmas salas de aulas e os mesmos professores.
“Estudamos estas duas regiões e há uma questão pedagógica emergencial para que estes estudantes tenham um ensino de qualidade, o rendimento que precisam para as próximas etapas de educação e de formação profissional”, explica o secretário de Educação, Anderson Juliano.
A Secretaria levou aos pais, em reuniões, as mudanças propostas. “Toda mudança gera apreensão. Estamos fazendo uma nova abordagem com os pais para explicar melhor o risco de má formação educacional a que seus filhos estão submetidos”, aponta Anderson Juliano.
As duas escolas também têm número pequeno de alunos. No Rocio, apenas os 36 estudantes e no Brejal, os 29 alunos somente. A falta de investimentos e de professores levou a estes alunos, em gestões passadas, serem submetidos à prática das salas multisseriadas.
“Defendo que deve ser proibida por lei na cidade, deve ser banida”, afirma Anderson Juliano.
Ensino no campo também tem estudantes de séries diferentes dividindo a mesma sala e professor
Dos mais de 2 mil alunos da Posse, 29 deles passam pelo mesmo prejuízo de aprendizado. Matriculados na Escola Municipal Antônio José de Lima, localizada no Brejal, estes 29 alunos são divididos em duas salas de aula, sendo que os que estão no 3º, 4º e 5º período da educação infantil dividem um espaço e os demais, matriculados do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, estão na outra sala.
“Os alunos têm o direito de estudar no ano de escolaridade correspondente ao da idade dos demais. Como poderemos garantir uma qualidade de ensino eficiente em um ambiente que reúne cinco classes diferentes? O prejuízo para estes alunos vai ser sentido em suas vidas como cidadãos”, considera Anderson Juliano.
Reuniões estão sendo feitas com a comunidade do Brejal sobre a possibilidade de transferência dos alunos para a Escola Municipal Avelino de Carvalho, outra escola considerada rural localizada na mesma região. Neste caso, a secretaria também vai garantir o transporte dos alunos. “Apresentamos nosso levantamento para a comunidade e o mesmo será feito para o Conselho Municipal de Educação”.