Encontro será realizado no dia 14.08 e marcará a retomada de ações de prevenção e uso consciente de agrotóxicos
Município recebeu R$ 21 mil em recursos para implantação do projeto em 2014, mas plano não avançou
A prefeitura promove na próxima segunda-feira (14.08), o 1º Seminário sobre Vigilância da Saúde da População Exposta ao Agrotóxico. O encontro marcará a implantação do Plano de Ações de Vigilância e a criação do Conselho Municipal de Controle de Agrotóxicos. A Secretaria de Saúde tem o objetivo de conhecer melhor a realidade na linha de utilização do produto químico ou biológico – comercialização, utilização pelo produtor rural e o descarte de embalagens – para definir ações de promoção, prevenção e vigilância em saúde à população exposta. O evento será realizado no auditório do Palácio Itaboraí, de 9 às 17h.
Em 2014 um plano de ação chegou a ser criado pelo município para atender a portaria do Ministério da Saúde nº 2938, de 20 de dezembro de 2012, que concedia incentivo financeiro para implementação do modelo de Vigilância em Saúde da população exposta a agrotóxicos. O município recebeu a verba, mas o valor de R$ 21 mil ficou retido na conta porque a gestão anterior não executou o projeto.
No município 800 famílias, cerca de 5 mil pessoas, sobrevivem da produção rural em áreas no distrito da Posse, Jacó, Caititu, Vale das Videiras, no Brejal, Taquaril, Secretário, Bonfim e Caxambu. A atividade movimenta R$ 16 milhões por ano.
Seminário reunirá agricultores, Ministério Público e representantes do governo
O 1º Seminário sobre Vigilância da Saúde da População Exposta ao Agrotóxico é uma iniciativa conjunta entre Ministério Público, governo e associações de produtores rurais. Uma das diretrizes do Plano de Ações de Vigilância da Saúde de População Exposta a Agrotóxicos é fornecer a capacitação para profissionais da assistência para realizar o diagnóstico de intoxicação, além da notificação dos casos junto à Epidemiologia. Também está prevista a elaboração de material educativo sobre agrotóxicos para produtores rurais, além de cadastro e fiscalização à comercialização, utilização pelo produtor rural e o descarte de embalagens.
De acordo com a Emater/RJ – Empresa de Assistência Técnica de extensão rural, Petrópolis é considerado nível médio em risco pelo uso de agrotóxicos.
“As amostras de água enviadas para análise em laboratórios do Rio de Janeiro, não registraram contaminação. O município vem mantendo os índices de qualidade, isso nos tranquiliza, mas temos que ter uma estratégia melhor quanto ao descarte das embalagens dos agrotóxicos. A Emater recolhe esse material em vistoriais, mas muitos produtores acabam dando o descarte incorreto”, avalia Leonardo Faver, técnico da Emater/RJ.
A superintendente de Atenção em Saúde, Fabíola Heck, explica que durante o evento apoiadores dos PSFs Caxambu, Brejal e Bonfim farão um relato sobre a vida no campo e as ações desenvolvidas nas unidades em áreas rurais.
“Selecionamos os apoiadores que atuam nas áreas há 20 anos e que contribuíram de alguma forma na elaboração do plano de ações de vigilância na época. Iremos atualizar o documento e propor atividades nas escolas, comunidades rurais e unidades de saúde a fim de traçarmos diretrizes que contribuam para o fortalecimento da produção rural, mas também da qualidade de vida e saúde da população que trabalha nessas áreas”, afirma Fabíola Heck.