Em prol de um trânsito mais seguro, cerca de 100 ciclistas e motociclistas chamaram a atenção de quem passava pelas ruas do Centro Histórico no sábado (23.09). A atividade da Semana Nacional de Trânsito organizada pela CPTrans, buscou destacar os desafios no combate as altas estatísticas de trânsito. Membros de motoclubes e da futura Associação Petropolitana de Ciclismo e Transporte Sustentável (Aspects) marcaram presença na confraternização que terminou na Praça da Liberdade.

A atividade voltada a esses dois públicos foi proposta levando em conta os acidentes cujas vítimas são motociclistas e ciclistas. Em Petrópolis, os dados do hospital de referência em trauma, o Santa Teresa, apontam que das 718 vítimas de acidentes de trânsito, 50,3% estavam em uma moto, ou seja 361, no período de janeiro a agosto. No caso dos ciclistas, em todo o Brasil, um levantamento aponta que 32 são internados diariamente, vítimas de acidentes no trânsito – a maioria deles causados pela falta de educação no trânsito.

O cicloativista Rafael Gimenez participou do encontro e diz que pela primeira vez vê o poder público promovendo ações para este segmento. Segundo ele, que junto com outros ciclistas do município estão fundando uma associação, a cidade tem muito o que ganhar com iniciativas como esta. “Na minha empresa, eu troquei o vale-transporte dos funcionários pela bicicleta. Fazemos o atendimento de suporte de TI e vamos até os clientes de bike”, conta.

A atitude de Rafael é uma tendência em empresas da capital que oferecem bicicletário e vestiários para que os funcionários possam trocar de roupa antes do expediente. A substituição de transporte tradicionais pela “magrela” além de trazer diversos benefícios à saúde, aumenta a qualidade de vida de quem a usa. A CPTrans tem realizado constantes reuniões com a categoria para promover propostas que aumentem entre os petropolitanos este hábito, com infraestrutura e segurança adequada para esta prática.

É muito bacana ver como há o comprometimento dos ciclistas e motociclistas que utilizam esses veículos de forma segura e buscam um trânsito de paz para todos. São práticas seguras que devem ser usadas no dia a dia, levando em conta, principalmente, o respeito às leis de trânsito e o cuidado com o próximo. Essas ações, aliadas a uma melhoria de infraestrutura serão fundamentais para que Petrópolis consiga diminuir as estatísticas de trânsito.

O encontro teve início às 14h e saiu da Praça da Águia por volta das 15h. Escoltados, eles passaram pelas ruas da Imperatriz seguindo pelo lado par da Rua do Imperador e retornando próximo ao Cefet, seguindo pelo lado ímpar até a Praça da Inconfidência. De lá, eles seguiram pelo lado par e entraram, na altura do Obelisco, para a Rua da Imperatriz, retornando em frente à Câmara dos Vereadores e seguindo pela Imperatriz até Rua Irmãos D’Ângelo, que dá acesso a 16 de Março. Ao fim da 16 de Março, subiram pela Nelson de Sá Earp até a Praça da Liberdade.

Apaixonado por motociclista há 33 anos, Alexandre Barillo, que trabalha com tecnologia ambiental, diz que o encontro foi formidável. “Muitos dos acidentes acontecem envolvendo motoqueiros – pessoas que não utilizam a motociclista de forma consciente e acabam causando mal a si e a outras pessoas envolvidas no trânsito. A motocicleta tem que utilizada com respeito”, disse.

A Semana Nacional de Trânsito começou no último dia 18 de setembro e, em Petrópolis, contou com uma série de ações com palestra sobre bebida e direção, simulação de estado de embriaguez, distribuição de material informativo sobre diversos assuntos relacionados ao trânsito, simulação de um socorro às vítimas de acidentes com motocicletas, além do I Encontro da Liberdade.