Dados passam a ser usados em ações que antecipam incidentes climáticos
A fase de levantamento de dados do Projeto de Gestão Integrada de Desastres Naturais (Gides) na cidade é encerrada nesta segunda-feira (30.10) com um seminário promovido pela prefeitura. Ao longo de quatro anos, técnicos de Petrópolis, Nova Friburgo e Blumenau (SC) trabalharam em conjunto com representantes da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) na elaboração de manuais que contribuam na redução do risco de desastres destes municípios e que sirvam de modelo para todo o país. Este material técnico vai embasar as ações de prevenção e de atuação em incidentes climáticos. O seminário de encerramento será realizado na Casa dos Conselhos Augusto Zanatta, na Avenida Koeler, 260, no Centro, a partir das 13h.
Durante a parceria, sete representantes de Petrópolis viajaram para o Japão com o objetivo de aprender e trocar experiências sobre ações preventivas e de resposta aos desastres naturais. Em média, cada técnico ficou 30 dias no ocidente e trouxe na bagagem um farto conhecimento. O último deles foi o secretário de Defesa Civil e Ações Voluntárias, coronel Paulo Renato Vaz, que ao lado de outros oito brasileiros foi escolhido para trabalhar na elaboração final dos manuais.
"A partir da experiência nas cidades, traçamos uma matriz com pontos fracos, fortes, ameaças e oportunidades para que possa ser analisada pelo Brasil e suas Defesas Civis visando não apenas a continuidade das atividades nos três municípios, mas também a propagação desse conhecimento em todo o país. Dessa maneira, teremos um Sistema Nacional forte com Defesas Civis municipais preparadas", disse o secretário.
O seminário conta com o apoio da Associação Nikkei de Petrópolis e do Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro. Na programação, o evento oferece palestras de todos que participaram do projeto pelo município. O Gides reuniu informações das cidades com foco nos deslizamentos de terra em quatro eixos: alerta e alarme, mapeamento de riscos, obras e planejamento. Além da elaboração dos planos de trabalho, existe a proposta para uma segunda fase do projeto, com o foco nas inundações.
“Encontramos semelhanças entre Petrópolis e o Japão. Mais de 80% do território japonês é coberto por montanhas, aqui nós temos um terço da população vivendo em área de risco. Assim como eles, temos que desenvolver uma cultura preventiva e essa mudança só se constrói a longo prazo”, afirma Paulo Renato, que vai participar do encerramento nacional do projeto, que acontece nos dias 6 e 7 de novembro, em Brasília.
O presidente da Associação Nikkei de Petrópolis, Kiyoshi Ami, agradeceu o convite para participar da festa de encerramento e destacou a importância do trabalho em conjunto pensando na população. “Fico muito feliz em ver que o meu país pode ajudar de alguma forma essa cidade que me recebeu de braços abertos”, afirmou.
O Projeto GIDES é executado pelo Ministério das Cidades, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - CEMADEN, pelo Ministério da Integração - CENAD e pelo Serviço Geológico Brasileiro – CPRM, contando com a cooperação de especialistas japoneses do Ministério da Terra, Transporte, Infraestrutura e Turismo – MLIT, da Agência de Meteorologia do Japão e de outros órgãos de expertise na área, por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA.