Programa Família Acolhedora reimplantado esse ano conta ainda com 30 voluntários na divulgação do programa junto às comunidades
O Programa Família Acolhedora conquistou sete famílias que a partir de 2018 poderão acolher, temporariamente, crianças e adolescentes em risco social. Em parceria com o Juizado e Vara da Infância, o município realizou capacitações, criou fluxos e protocolos de acompanhamento das vítimas de violência doméstica e negligência dentro do convívio familiar.
A partir do próximo ano, a equipe da Vara da Infância indicará para Secretaria de Assistência Social, crianças e adolescentes com o perfil que podem ser encaminhadas para as famílias já selecionadas. Há ainda 30 voluntários capacitados para divulgar o programa nas comunidades e reforçar a importância do convívio familiar no processo de acolhida e cuidado às vítimas de violência infantil.
A secretária de Assistência Social, Denise Quintella explica que a partir da sinalização da Vara da Infância, a equipe da Família Acolhedora realizará uma busca entre as famílias que mais se aproximam do perfil da criança.
“É um processo. Não é simplesmente levar a criança para a casa. É preciso respeitar a fase de apresentação e aproximação entre eles e só depois as crianças vão para a residência dessas famílias que recebem a guarda provisória”, informa Denise Quintella.
Enquanto a criança está acolhida – em abrigos ou no núcleo familiar temporário - o programa articula os serviços necessários para que a família de origem solucione a situação que motivou a medida protetiva.
“A medida protetiva é determinada pelo Juizado da Infância e Juventude e executada até que seja possível a reintegração familiar ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para adoção. São crianças e adolescentes que precisam de afeto, carinho e atenção, por conta disso, vamos intensificar a divulgação deste programa”, afirma a assistente social do Família Acolhedora, Graciele Vanzan.
A adoção de amor no acolher as crianças
O Família Acolhedora promove o acolhimento temporário de crianças ainda nos primeiros meses de vida até a adolescência com até 17 anos e onze meses.As crianças acolhidas são credenciadas e recebem atendimento psicológico e social, tendo a assistência estendida à família que as acolhe e também ao núcleo familiar biológico.
Sensibilizadas com o programa, duas mulheres que tiveram as identidades preservadas relataram como resolveram disponibilizar as suas casas como lares temporários. A primeira, casada, mãe de dois filhos adolescentes contou com o apoio da família para tomar a decisão de entrar para o Família Acolhedora.
“Conheci o projeto por uma matéria em rede social, entrei em contato, conversei com o meu marido e ele aceitou acolher. Eu acho que a minha maior vontade é me doar por inteiro e ajudar na educação dessas crianças. Eu tive meus filhos muito jovem e eles já estão encaminhados, então eu também quero ajudar a proporcionar uma esperança de futuro melhor para essa criança que virá para a nossa casa”, disse uma delas.
A outra candidata tem 25 anos é casada, não tem filhos, mas pela experiência profissional dentro de comunidades resolveu fazer parte do programa.
“Já trabalhei em creches de comunidades mais carentes e a realidade que tinha contato era muito difícil. Crianças que sofreram abusos, que iam para creche em situações precárias, sem tomar banho, com fome e até machucadas. Nesse processo conheci o Família Acolhedora, me encantei e enxerguei que poderia fazer mais do que já fiz na vida profissional. É um desafio que eu e meu marido assumimos para fazer o bem”, avalia.
A assistente social do Família Acolhedora, Graciele Vanzan explica que as crianças poderão ficar nos lares por até 2 anos. O desacolhimento é realizado de forma gradativa e as famílias acolhedoras têm a possibilidade apadrinhar as crianças e/ou adolescentes.
“Quando o juizado determina a volta da criança para os lares, a equipe realiza o desacolhimento onde a criança pode ir visitar os pais em casa gradativamente até voltarem definitivamente.Se houve uma boa relação entre as Famílias Acolhedoras e a família da criança eles poderão continuar se encontrando e até apadrinhando as crianças e/ou adolescentes. Uma grande amizade pode ser construída nesse processo”, avalia.
Quem pode ser acolhedor?
Para se credenciar como Família Acolhedora, os interessados devem procurar os profissionais do serviço e agendar uma entrevista. É necessário ter disponibilidade de tempo e afeto para cuidar da criança, idade entre 24 e 65 anos, boa saúde e zelar pela saúde da criança, garantir a frequência em escola. Além disso, é preciso que o interessado não esteja respondendo a inquérito policial ou envolvido em processo judicial e ter residência fixa no município. O município disponibiliza subsídio financeiro à Família Acolhedora, nos valores equivalentes a meio salário mínimo ou um salário mínimo nos casos em que a criança ou adolescente a ser acolhido seja pessoa com deficiência. O contato com o programa Família Acolhedora pode ser realizado por e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou telefone (24) 2249-4319