Notícias

Segunda, 18 Dezembro 2017 13:22

Ronda Escolar fecha 2017 com mais de 1,2 mil visitas

Com maior infraestrutura, serviço ajudou a mudar a realidade de alguns colégios ao longo ano

Quando o ano escolar começou, a missão de Roseli Egydio de Melo à frente da Escola São Geraldo parecia muito complicada. Com um histórico de brigas entre os alunos e desobediências a professores e funcionários, a sensação é de que ela havia herdado uma “bomba”. Para desarmá-la, ela contou com a ajuda da Ronda Escolar. Em 2017, foram realizadas 1.233 visitas a 116 escolas – só na unidade do Carangola, foram 20 visitas. O resultado é visto por todos: pessoal do colégio, comunidade e os próprios integrantes da Ronda Escolar. E a diretora só tem agradecimentos a fazer à Guarda Civil.

Para ela, os alunos passaram a ter noção de hierarquia e limites, algo que aconteceu com a Ronda Escolar atendendo aos chamados feitos pela escolar. Ela cita dois casos neste ano. Em um deles, uma aluna se recusava a fazer prova. Mesmo após ser aconselhada, a estudante se manteve irredutível. Quando o agente se prontificou a testemunhar que ela não iria fazer a prova (e ganharia nota zero), ela mudou de postura. Outro momento foi quando um aluno quebrou uma carteira e a mãe disse que não poderia ir à escola. Ao ser avisada que a ronda havia sido acionada, ela se prontificou a comparecer ao local imediatamente.

“Os guardas passaram a vir como rotina. A gente teve confiança no trabalho deles porque a gente podia chamar e os problemas não eram tratados como menores, sem importância. Ao contrário, tratavam com respeito e dignidade. As abordagens também são pedagógicas, educativas. Hoje, os alunos entendem o papel dos guardas”, disse Roseli.

Outras ações também foram desenvolvidas ao longo do ano: atividades esportivas, reativação do laboratório de informática, início de um projeto de valorização das virtudes, chegada de funcionários, retorno do conselho escolar e maior participação da comunidade na conservação da escola. No entanto, a Ronda Escolar tem um espaço especial para a São Geraldo. Nesta semana, ela foi uma das últimas a encerrar as atividades com estudantes e, por isso, foi a que encerrou as visitas preventivas da Ronda Escolar em 2017. A diretora fez questão de documentar, na ficha de controle do serviço, o agradecimento.

“Agradeço todo o apoio e o trabalho da Ronda Escolar realizado, especialmente, em minha gestão na Escola São Geraldo em 2017. Juntos, conseguimos mudar a realidade, acreditando e dando prioridade às necessidades dos alunos”, escreveu ela.

Maior estrutura possibilita triplicar quantidade de visitas

Para alcançar este resultado, a Ronda Escolar contou com o trabalho integrado da Secretaria de Educação e da Guarda Civil. No início do ano, o secretário Anderson Juliano determinou a recuperação das três viaturas servem ao serviço. Os dois primeiros ficaram prontos ainda em fevereiro e o terceiro, em abril, quando foi deslocado para atender a região de Itaipava e dos distritos.

“Esse é um serviço extremamente importante para garantir a tranquilidade e segurança do trabalho dos professores e funcionários e também para o estudo do aluno. Por isso, a Secretaria de Educação deu todo apoio possível para que a Ronda Escolar fosse fortalecida”, afirmou o secretário de Educação. 

Além disso, o número de agentes que participam da Ronda Escolar mais que dobrou, saindo de 10 para 24.

“Com isso, nós estamos conseguindo fazer o acompanhamento das ocorrências. Depois que o agente atende a escola, é preciso que esse aluno continue sendo orientado. Com o efetivo maior, nós conseguimos fazer isso e nos reunir com os pais para buscar a melhor solução para os problemas”, explicou o comandante da Guarda Civil, Jeferson Calomeni.

Com essas medidas, o número de visitas quase que triplicou – em 2016, com apenas dois carros, foram só 430 visitas. Ao longo deste ano, foram atendidas 282 ocorrências, principalmente agressões a funcionários e brigas dentro e fora das unidades de ensino.

“A Ronda Escolar não tinha autonomia, não tinha estrutura para atuar em Itaipava, por exemplo, e agora tem três equipes em cada turno todos os dias. Tem escolas que tem poucas visitas porque não precisa, mas o que nós conseguimos fazer hoje é o trabalho preventivo, que tem grande importância”, falou a coordenadora da Ronda Escolar, a guarda Cláudia Conceição.

Também em 2017, a Guarda Civil implementou uma operação focada nos estudantes que ficam longe do perímetro escolar, chamada de “Lugar de criança e adolescente é na escola”. Este trabalho foi realizado com apoio do Conselho Tutelar. Outro parceiro foi a Polícia Militar, que realizou o Patrulhamento Motorizado Especial Escolar (Pamesp Escolar) simultânea e conjuntamente.