Com inauguração do Núcleo de Atendimento Especializado – Infantojuvenil número de denúncias aumentou em 83% em relação a 2016

O trabalho de combate e de assistência às crianças vítimas de violência sexual desenvolvido pela prefeitura ganhou visibilidade internacional. O Núcleo de Atendimento Especializado – Infantojuvenil – NAPE-IJ inaugurado em maio, é pioneiro em todo o Estado do Rio de Janeiro e foi implantado em parceria com a GE Celma. A ação concorreu neste mês,entre os projetos de voluntariado da multinacional que possui sede em 125 países ficando entre os 12 projetos principais de 2017.

Petrópolis registrou 280 ocorrências em 2017, número que é 83% maior que as denúncias registradas no ano passado quando foram realizadas 153 notificações. A alta se deve à ampliação da divulgação das ações do NAPE-IJ com o lançamento da Campanha “Faça a Diferença #conscientizAÇÃO” que tem como objetivo divulgar as linhas diretas para a população denunciar anonimamente os casos de violência pelo Disque 100, linha 127 do Ministério Público e 125 do Conselho Tutelar.

As 280 ocorrências deste ano geraram 1.282 atendimentos de crianças, adolescentes e familiares. A cada ocorrência a pessoa e sua família é atendida várias vezes até que a denúncia seja confirmada e o procedimento legal seja efetuado, como o envio ao Ministério Público.

A secretária de Assistência Social, Denise Quintella, ressalta ainda que deste número, 241denúncias foram apenas de crianças que estavam envolvidas diretamente aos casos suspeitos de violência sexual e após a investigação do núcleo 76 casos foram confirmados.

“Uma ocorrência pode levar meses de investigação e por conta disso aumenta-se o número de atendimentos. Temos um número muito maior de crianças envolvidas nos casos suspeitos e confirmados de abusos e isso faz com que a gente busque uma integração e intensificação das ações de conscientização junto às escolas. Este ano realizamos alguns projetos, mas para 2018 estamos nos organizando estar mais próximos dos alunos, uma vez que é na escola que a criança dá indícios de mudança de comportamento devido à algum tipo de violência”, explica.

Em novembro, o município recebeu o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido junto a idosos e crianças vítimas de abuso sendo premiado com uma menção honrosa durante o Seminário Brasileiro de Gestores e Trabalhadores da Política de Assistência Social realizado em Florianópolis. O evento de âmbito nacional recebeu representantes de oito Estados e Petrópolis foi o único representante selecionado do Rio de Janeiro.

O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Atendimento Especializado – Infantojuvenil – NAPE-IJ é pioneiro no Estado do Rio e também foi levado para o 4º Simpósio Sul Brasileiro de Psicologia Jurídica, realizado em setembro, como referência no atendimento às crianças e famílias vítimas de abuso.

“A assistência abrange crianças e adolescentes - de 0 a 18 anos incompletos e suas famílias. Com a inauguração do núcleo de atendimento conseguimos garantir que a assistência já prestada dentro do Centro de Referência especializada fosse individualizada em um ambiente mais sigiloso e adequado para todo o atendimento psicológico e assistencial”, informa a coordenadora do Núcleo, Isabela Soares Wildberger.

Sobre o NAPE-IJ:

A instalação do Núcleo de Atendimento Especializado – Infantojuvenil – NAPE-IJ cumpre uma das resoluções da Lei 7.382 de 14 de dezembro de 2015. A legislação estabelece a criação de um fluxo específico de atendimento às crianças vítimas de violência sexual.O NAPE-IJ conta com três salas de atendimento, sendo que duas projetadas exclusivamente para crianças e outra para adolescentes contendo materiais lúdicos e de recreação. O espaço é uma iniciativa do poder público, em conjunto com a GE Celma, que doou o contêiner para instalação da unidade, bem como a equipou e proporcionou treinamento da equipe formada por três psicólogas.

O NAPE-IJ fica anexo ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), na Avenida Dom Pedro - 199. O núcleo funciona de segunda a sexta-feira, de 8 às 17h, para o atendimento psicológico especializado, de cunho social e não clínico, às supostas vítimas e às suas famílias.