A redução em 25% da dívida da CPTrans no primeiro ano de gestão aponta para companhia um futuro menos crítico do que a realidade encontrada em 2017. Com uma dívida não consolidada de R$ 27 milhões, dos quais mais de R$ 10 milhões provocavam bloqueio e sequestros nas contas, a equipe atual renegociou contratos e reviu processos internos, aumentou a receita a buscou minimizar custos desnecessário ao longo de 2017. Equacionando as dívidas, agora, a equipe técnica trabalha para efetuar projetos, melhorar a sinalização e a fiscalização e investir em mobilidade urbana.
Maior exemplo da falta de comprometimento com a administração dos recursos públicos, o aluguel de um terreno em Pedro do Rio no valor de R$ 12 mil ao mês para abrigar carcaças de 15 ônibus que, juntas, foram avaliadas em menos de R$ 8 mil, gerou aos cofres da companhia uma dívida de cerca de cerca R$ 700 mil. A manutenção injustificada do terreno foi logo desfeita pela atual gestão e o espaço devolvido aos seus proprietários. Outro grave problema foi a penhora da sede da CPTrans, que iria à leilão caso à companhia não realizasse a composição conciliatória para solicitar a suspenção da concorrência.
A prioridade neste primeiro ano foi sanar a sangria financeira. Além disso, com muita criatividade e força de vontade trabalhamos aspectos importantes no trânsito e transportes. Prova disso foi o aumento da fiscalização nas empresas de transporte público, que ao longo de 2017 aumentou em 20% o número de viagens, a melhoria do trânsito durante a Bauernfest, que contribuiu para que a festa se tornasse a melhor da história, além da criação das linhas Direto, o aumento da oferta de ônibus para moradores do distrito da Posse, entre outras ações.
Uma das ações importantes para que a Companhia conseguisse reduzir o passivo acumulado ao longo dos anos foram os acordos judiciais e extrajudiciais, além da adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT) da Receita Federal que garantiu uma economia de R$ 8 milhões no pagamento de uma dívida que alcançava R$ 14 milhões. Os débitos negociados foram acumulados pelos antigos gestores que deixaram de pagar PIS e Cofins da CPTrans entre junho de 2014 e dezembro de 2016.
“Esta dívida gerava cobranças judiciais que culminavam no sequestro de saldos bancários da companhia, o que comprometia a administração. Para reverter este quadro, desde a criação da Lei, nos debruçamos sobre esta questão, avaliando o que poderia ser feito para aderir ao programa. Os setores administrativo, financeiro e operacional da CPTrans realizaram sucessivos estudos para que conseguíssemos, enfim, aderir ao programa e melhorar a condição financeira da companhia”, explica o diretor administrativo financeiro da CPTrans, Jairo da Cunha Pereira.
Uma vez contabilizadas as dívidas, o primeiro passo para a mudança na cultura da empresa foi restabelecer a autoestima dos funcionários, perdida devido aos mandos e desmandos de sucessivas lideranças equivocadas. Em seguida, medidas administrativo-financeiras e operacionais foram adotadas com a retomada de negociação com locatórios que estavam em atraso com alugueis de lojas; retomadas de negociação com proprietários de terreno de imóveis alugados; atualizações de todos os valores dos serviços prestados pela empresa com a implantação de uma planilha; cancelamento de benefícios de diretores e gerentes; extinção de funções gratificadas; pagamento em dia de todas as contas e contratos, evitando juros; dentre outras ações. Agora, com redução da dívida em aproximadamente R$ 10 milhões, técnicos da companhia trabalham com afinco para negociar cerca de R$ 17 milhões em dívidas – valor não consolidado.
A partir do equilíbrio do fluxo de caixa, haja vista, que conseguimos minimizar nossos custos e potencializar nossa receita, o próximo passo para fazer com a companhia encontre estabilidade no futuro, será acordarmos com todo o passivo trabalhista e iniciar acordos com aqueles contratos que estão inadimplentes. No mês que vem faremos o segundo ato do TAC para atender uma demanda do Ministério público referente controladores de estacionamento. Isso será necessário porque o governo anterior, contratou uma empresa para controlar o estacionamento público do município deixando que os 33 funcionários concursados que eram da CPTrans, ficassem sem função. Pior ainda, sequer tomaram as devidas providências para com esses trabalhadores, cujo desligamento vai gerar mais de R$ 1 milhão em custos.
Para 2018, a CPTrans trabalha para otimizar o sistema de transporte público e a busca de receitas e recursos para o investimento em mobilidade urbana. O objetivo é que ao fim da atual gestão, seja possível entregar uma empresa com equilíbrio financeiro e economicamente autossuficiente para que possa voltar a ser uma empresa de referência nacional.