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Sexta, 26 Janeiro 2018 19:02

Secretaria de Saúde conscientiza população sobre diagnóstico precoce da Hanseníase

Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase é comemorado neste domingo (28)

Doença tem cura e tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS

A Secretaria de Saúde vem mobilizando as equipes de Atenção Básica para promover o diagnóstico precoce e ampliar a notificação de casos de hanseníase no município. A doença está sob controle em Petrópolis há mais de 30 anos registrando uma média de 3 a 4 casos a cada ano. Em 2017 apenas dois homens foram diagnosticados. Neste domingo (28.01), Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase a prefeitura fortalece a divulgação de que a doença tem cura e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS.

A Hanseníase é uma doença contagiosa transmitida por um micróbio (bacilo Hansen), que afeta principalmente a pele e os nervos da face, dos braços, das mãos, das pernas e dos pés. A maioria da população – 90% -  tem uma proteção natural contra a doença que é contraída através do convívio próximo e prolongado com pessoas contaminadas. Tanto adultos quanto crianças podem ter a doença, porém, se observou a incidência de casos em homens a acima dos 50 anos.

A superintendente de Atenção em Saúde, Fabíola Heck, explica que o tratamento é oferecido pelo Ministério da Saúde gratuitamente, mas cabe a atenção das equipes de Saúde, durante o atendimento de rotina, a atenção quanto as manchas, caroços, nódulos sem sensibilidade que surgirem nos pacientes.

“A hanseníase leva, em média, cinco anos para manifestar os sintomas. Então a pessoa pode ter a doença e não saber, quanto mais precocemente se diagnosticar, melhor será resposta ao tratamento. Nós estamos fortalecendo junto às equipes esse olhar diferenciado para que eles mesmos observem nos pacientes se há alguma mancha suspeita que cabe a investigação médica”, afirma Fabíola Heck.

O coordenador do Programa de Controle de Hanseníase, o dermatologista Attílio Valentini, explica que é preciso conscientizar tanto a população quanto aos profissionais de saúde a fim de estarem atentos às principais manifestações da doença. Qualquer tipo de mancha dormente deve ser suspeita de hanseníase.

“Nesse caso, é importante que a pessoa vá a uma unidade de saúde para consulta clínica. Por ser uma doença estigmatizada e com ainda muito preconceito com os doentes, a disseminação da informação como ferramenta para melhorar o diagnóstico precoce”, avalia Attílio Valentini.

Hanseníase leva de 6 meses a 1 ano para ser tratada

O Programa de Controle de Hanseníase está localizado ao lado do Hospital Municipal Nelson de Sá Earp – antiga sede da Epidemiologia e realiza o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes oriundos de unidades do SUS e particulares. Uma vez diagnosticada a pessoa receberá o tratamento por medicação oral de 6 a 12 meses ininterrupto. Attílio Valentini explica que os familiares e as pessoas que convivem com o doente também deverão ser avaliados clinicamente.

“Se a pessoa tiver até cinco lesões de pele, o tratamento levará 6 meses. Mas se forem mais de cinco lesões, o tratamento levará 12 meses. São 28 comprimidos que deverão ser tomados todos os dias e sem pausas. A cada início de uma nova cartela, o paciente deverá vir a consulta para tomar uma parte dos medicamentos e levar o restante para casa”, explica o dermatologista que afirma que mesmo que o familiar não apresente sintomas, ele deve ficar atento nos próximos cinco anos se não aparece alguma alteração na pele “como temos o período de incubação de até cinco anos, mesmo que a pessoa não tenha os sintomas ela deve ficar atenta ao longo dos anos por ter convivido com uma pessoa doente”, complementa.

Uma vez diagnosticado e tratado, o paciente pode apresentar ainda algumas reações como dores, deformidades na pele ou caroços. Esse é o caso da moradora do Independência, M. V. de 53 anos que preferiu não se identificar. Ela fez o tratamento da hanseníase há cinco anos, mas confessa que demorou a buscar atendimento médico.

“Meu pai teve a doença há muitos anos atrás, depois meus dois irmãos também tiveram e por fim eu tive. Eu fiz o tratamento há 5 anos, demorei a perceber que estava com a doença e hoje faço acompanhamento pois volta e meia sinto algumas dores nas pernas e braços. Hoje recomendo sempre a pessoa buscar uma unidade de saúde assim que notar alguma mancha ou caroço dormente na pele”, afirma.

Attílio Valentini reforça que são raros os casos de a pessoa contrair a doença mais de uma vez e que quando ocorre é por falta de adesão completa ao tratamento. Porém, após o tratamento de 6 meses ou 1 ano, o paciente pode ter algumas reações que são tratadas com outros tipos de medicamentos.

“O caso desse paciente o medicamento matou o micróbio, mas ainda há fragmentos deles no organismo. Então ocorrem essas demonstrações na pele, caroços, dores e até febre. Então reavaliamos e prescrevemos outra medicação para esses sintomas. A hanseníase tem cura e quanto mais cedo o paciente identificar os sintomas melhor é a resposta ao tratamento”, disse o coordenador do Programa de Controle de Hanseníase.